29/10/2019
– Indivíduos de águias-da-estepe deram um
‘prejuízo’ financeiro ao programa de rastreamento
do Siberian Environmental Centre, localizado na Rússia.
As aves voaram para o Irã e acabaram transmitindo uma enorme
quantidade de dados de GPS.
Como os dados são transmitidos
por celular, o roaming foi acionado e as contas dispararam. As
águias voaram além da cobertura da operadora dos
pesquisadores e para quitar a dívida tiveram que recorrer
a um financiamento coletivo na internet.
Reprodução/Yelena
shnaider/Telegram
|
|
Min nasceu perto da cidade de Minusinsk
na Rússia.
|
As aves fazem parte
de um projeto de monitoramento e conservação da
instituição russa. No trabalho os cientistas acompanham
treze espécies de águias ameaçadas, que costumam
migrar para África, Oriente Médio e Ásia
Central.
As aves de rapina recebem um aparelho
de monitoramento, com um cartão de memória de celular
que registra seu trajeto. Por doze vezes ao dia, o equipamento
registra a localização das aves, enviando mensagens
de texto com as coordenadas aos pesquisadores na Rússia.
Min, uma das águias-da-estepe,
que nasceu na cidade de Minusinsk (Rússia), estava sobrevoando
o Cazaquistão no verão, mas mudou seu caminho para
o Irã, causando um interrompimento na transmissão
de dados.
Reprodução/Nirav
Bhatt/Facebook
|
|
A águia Min com seu dispositivo
GPS na Índia.
|
Quando pousou em solo
iraniano, o equipamento voltou a funcionar e passou a enviar centenas
de mensagens aos pesquisadores, causando um gasto diário
de 7 mil rublos (R$ 438,94, na cotação atual). O
custo do roaming no Irã era bem mais caro que no Cazaquistão.
“Mas Min foi um bom garoto
e há uma semana ele deixou o Irã e foi para a Arábia
Saudita, onde as mensagens são mais baratas”, disse
a ornitologista Yelena Shnaider, ao jornal britânico The
Telegraph.
Segundo Shnaider, outras três
aves também esgotaram os créditos dos celulares
quando voaram para Irã, Tajiquistão e Turcomenistão.
Com a campanha online realizada pela instituição,
foi possível arrecadar cerca de 250 mil rublos (R$ 15.675,36),
suficiente para monitorar as aves até o fim do ano.
O Siberian Environmental Centre informa que monitorar as aves
é importante para saber como as espécies ameaçadas
de extinção podem sofrer riscos e perigos em suas
rotas migratórias, como por exemplo, a caça ilegal.
Projeto Aves realiza diversas
atividades voltadas ao estudo e conservação desses
animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
da conservação das comunidades de avifauna. O Projeto
Aves é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa
Petrobras Socioambiental, desde 2015.
Da Redação, com
informações do Telegraph e Galileu
Fotos: Reprodução |