16/07/2020
– Uma equipe de busca especializada em vida selvagem foi
enviada às Ilhas Chatham, 650 km a oeste da Nova Zelândia,
para resgatar os últimos sobreviventes de um bando de aves
ameaçado de extinção, durante o lockdown
por causa do coronavírus.
Segundo a equipe de resgate, somente
250 tarambolas (tuturuatu) foram encontradas. Elas estão
entre as mais raras do mundo. O trabalho de reintrodução
das aves na região foi iniciado depois de serem quase extintas
em 1880, predados por gatos e ratos. As aves sobreviveram por
mais de 100 anos em uma colônia a oeste da Nova Zelândia.
As tarambolas são endêmicas
da Nova Zelândia e são conhecidas por sua “atitude
e simpatia”, o que torna mais vulneráveis aos predadores
por causa de seus ninhos postos no solo. Em 2007, a ilha de Mana,
na costa de Kapiti, na ilha do Norte, foi uma colônia de
tarambolas. Entretanto, poucos anos após a reintrodução,
um único rato matou metade da população e
o restante acabou morrendo também por causas não
determinadas.
Reprodução/Dave
Houston/Departamento de Conservação/DOC
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Depois da devastação
de 2007, conservacionistas evitaram realizar novas introduções
da tarambola, até que a situação dos predadores
fosse definida. Mas em abril e maio deste ano, foram transportadas
29 aves jovens para a ilha. As aves receberam tarjas de cores,
mas não foram rastreadas, informou o Departamento de Conservação
(DOC). Ao retornar a Ilha agora, a equipe não encontrou
nenhuma ave no local.
Dave Houston, do Departamento
de Defesa dos EUA e chefe do grupo de recuperação
da tarambola, diz que o desaparecimento das aves é “frustrante”,
por tudo que foi investido no programa. Segundo Houston, não
é possível determinar o que ocorreu com as 26 aves,
apesar de ter conseguido rastrear três sobreviventes até
a praia de Plimmerton, já no continente.
"As aves não ficaram
em casa como esperávamos", disse Houston. “Honestamente,
não sabemos o que os está fazendo sair; mas pode
ser que uma única ave tenha decidido voar para o continente
e todo mundo as seguiu - poderia ser um comportamento aleatório,
não temos certeza”, disse ao The Guardian.
Durante operações
de reintrodução anteriores, os responsáveis
verificaram que as tarambolas da costa voavam até o sul
Christchurch, na Ilha Sul. “É frustrante, podemos
dar instruções rígidas, mas eles optam por
não obedecer. Eles são uma espécie desafiadora
de manejar, por isso é uma grande perda perdê-los.
Mas nós persistimos”, diz.
Reprodução/Dave
Houston/Departamento de Conservação/DOC
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Se os três sobreviventes
forem encontrados, eles serão devolvidos à ilha
de Mana e serão mantidos em um aviário por um mês,
disse Houston. Os transmissores de rádio também
devem ser instalados nas aves, com objetivo de monitorar os indivíduos,
para que "possam determinar seu destino... Talvez não
os encontremos", ponderou Houston. "Eles não
são transmissores de longo alcance."
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental
Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades
voltadas ao estudo e conservação desses animais.
Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves. Parcerias estratégicas
como patrocínios da Petrobras e da Mitsubishi Motors incentivam
essa iniciativa.
Da Redação,
com informações do The Guardian
Fotos: Reprodução/Dave Houston/Departamento de Conservação/DOC |