04/08/2020
– Pesquisa divulgada mostra que aves britânicas estão
viajando cada vez mais. O bobo-pequeno, também conhecido
como cisne manx (Manx Shearwater) não põe limite
em suas viagens de longa distância. Um indivíduo
da ave marinha, da Ilha Hebridean de Rùm, monitorado, revelou
que no ano passado viajou mais de 7.564 milhas de sua colônia
de procriação escocesa até um resort à
beira-mar de Las Grutas, na Argentina.
O moleiro-parasitico, conhecido
também como skua-do-ártico (Stercorarius parasiticus)
voou da Escócia para o Brasil, em uma linha reta de
10.845 quilômetros, enquanto uma andorinha voou ao menos
6.400 quilômetros para chegar à África do
Sul. Um sanderling e uma andorinha-do-mar também viajaram
da Grã-Bretanha à África do Sul.
A coleta de dados foi
possível graças a instalação de anéis
numerados de forma única e adaptados por voluntários
em mais de 1 milhão de aves na Grã-Bretanha, no
ano de 2019, permitindo que as aves possam ser identificadas pelo
resto da vida.
Os registros foram coletados pelo
British Trust for Ornithology (BTO), que produz informações
sobre as aves migratórias e também sobre as pressões
humanas e as mudanças climáticas que interferem
nessas migrações e na longevidade das aves.
Segundo o estudo, diversas
espécies estabeleceram novos recordes de longevidade em
2019, inclusive o fulmar capturado na ilha Sanda, na Escócia,
encontrado com um anel instalado há 41 anos, 11 meses e
17 dias. Já um siskin capturado próximo da vila
de Tarbet em Argyll and Bute, também na Escócia,
encontrado em 2010, tornou-se o individuo mais velho de sua espécie.
Um cisne- manx, de 50 anos, capturado
na Ilha Bardsey, no País de Gales, em 2008, detém
o recorde de longevidade para uma ave selvagem da Grã-Bretanha.
Ela foi avistada na mesma ilha em 1957.
"Sem colocar anéis
numerados de forma única em aves e monitorar seus ninhos,
não poderíamos seguir suas vidas e nosso conhecimento
deles seria muito mais pobre", disse Rob Robinson, da BTO.
"Os dados coletados por nossos
voluntários nos ajudam a determinar se as espécies
estão com problemas e, se estão, em que ponto do
ciclo de vida os problemas estão ocorrendo", conclui.
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Moleiro-parasitico (Stercorarius
parasiticus).
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Segundo o estudo, das 1.047.521
aves com anel, a espécie com mais marcações
foi o chapim-azul (Cyanistes caeruleus). O segundo colocado
foi blackcap, tradicionalmente um migrante de verão, que
nos últimos tempos tem sido visto mais durante o inverno,
por conta das mudanças climáticas e dos novos alimentadores
de aves em jardins.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
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Chapim-azul (Cyanistes caeruleus).
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Da Redação,
com informações do The Guardian
Fotos: Reprodução/Wikipedia |