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Estudo tenta responder como as aves agem em condições climáticas extremas
Pesquisa investigou 109 espécies de aves nos Estados Unidos
 

26/08/2020 – Várias espécies de aves podem ser sensíveis às mudanças de temperatura, desta forma podem ter um papel importante nas mudanças climáticas. Um estudo realizado pela Universidade de Wisconsin-Madison e da Universidade Cornell, mostra que inúmeras espécies de aves mudaram seu comportamento por conta dessas mudanças ao tipo de clima mais quente e seco, previsto nos modelos climáticos, e as respostas variam com base na duração do clima extremo e nas características de cada espécie.

Eventos climáticos extremos estão cada vez mais comuns como ondas de calor e secas e temporadas de frio intenso em outras partes do planeta. Uma compilação de dados meteorológicos de alta resolução de Daymet (Daily Surface Weather and Climatological Summaries), da NASA, e observações do eBird, Do Cornell Lab estudou 109 espécies de aves que responderam a eventos climáticos no leste da América do Norte.

Reprodução/Wikipedia

 



Segundo os pesquisadores, as aves são consideradas um bom grupo taxonômico para os estudos das mudanças ambientais, pois são fáceis para observação, tanto para cientistas quanto cidadãos. De acordo com eBird do Cornell Lab of Ornithology, observadores de aves contribuíram com mais de 650 milhões de registros para o aplicativo móvel, tornando-o um dos maiores bancos de dados de aves do mundo.

“Pela primeira vez, podemos ver como as espécies responderam imediatamente após condições climáticas extremas na escala de um continente inteiro”, disse Jeremy Cohen, que liderou o estudo como pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Wisconsin-Madison.

Os pesquisadores descobriram que algumas espécies foram observadas com menos frequência, imediatamente após condições climáticas extremas, comparado a períodos de pós-condições climáticas normais. Além da presença ou ausência dessas aves, os pesquisadores examinaram dados do eBird para verificar as características das espécies como comportamento de forrageamento (busca por alimentos), massa corporal, intervalo de migração e prevalência. Nesse último quesito os cientistas observaram que a distância entre a migração e a prevalência foram as maiores mudanças em resposta a condições climáticas extremas.

Reprodução/Wikipedia

 



Segundo o estudo, em períodos semanais verificados, aves residentes ou aquelas que migram por curtas distâncias, foram observadas com menos assiduidade, depois de uma semana de calor extremo. O chapim-da-carolina (Chickadee), que é comum e visto em quintais no sudeste dos Estados Unidos, não migra durante sua vida. “Em toda a sua vida, um indivíduo pode se mover apenas alguns quilômetros”, afirma Cohen.

O mapa produzido na pesquisa mostra a redução prevista nos avistamentos do chapim, após uma forte onda de calor. Segundo o estudo, o chapim foi mais afetado pelas altas temperaturas nas bordas de sua ocorrência, como no Texas e na Virginia Ocidental.

Reprodução/Jeremy Cohen/Nasa

 



Segundo Cohen, é difícil saber com exatidão o que ocorre com as aves quando elas são observadas com menos frequência pelos usuários do eBird, no entanto os pesquisadores já sabem que as aves não podem reduzir muito suas atividades, sobretudo na busca por alimentos. Algumas espécies que são registradas com menos intensidade durante as condições climáticas mais severas podem alterar os locais de nidificação para áreas mais frias. Outros podem acabar morrendo se não encontrarem um habitat mais adequado às suas características de alimentação e reprodução, o que pode interferir em outras inter-relações ambientais do local.

Entretanto, espécies que migram por distâncias maiores foram observadas com mais constância, depois de uma semana de calor extremo. Cohen deduz que essas aves migratórias podem estar mais expostas às altas temperaturas em regiões mais tropicais e talvez sejam mais tolerantes. Essas espécies tropicais migrantes têm em sua dieta insetos e elas têm mais oferta de alimentos nos dias quentes.

Reprodução/Jeremy Cohen/Nasa

 



Cohen e seus colegas observaram ainda como as aves responderam a condições de clima mais seco. Espécies como o corvo americano não parecem ser afetadas por períodos de seca sazonais. Por outro lado, espécies menos comuns como a parula-do-norte, foram registradas com menos frequência, depois de um longo período de seca. Algumas espécies são especializadas em habitas com grande oferta de alimentos, que pode ser reduzida com o tempo seco mais extremo.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Reprodução/Jeremy Cohen/Nasa

 



Da Redação, com informações do Observatório da Terra (NASA)
Fotos: Reprodução/Wikipedia/NASA/Jeremy Cohen

Fontes
Cohen, JM, Fink, D., & Zuckerberg, B. (2020). Respostas das aves a condições meteorológicas extremas em traços funcionais e escalas temporais. Global Change Biology, 26 (8).
Observatório da Terra da NASA (2020, 4 de junho). As temperaturas predizem a biodiversidade das aves.
NASA Earth Observatory (2019, março 26). A buzina, tremulando Spectacle.
NASA Earth Observatory (2015, setembro, 25). Satellite Data Helps Migrating Birds.
Mapa do Observatório Terrestre da NASA por Lauren Dauphin, usando dados de Cohen, JM et al. (2020) . Fotografias cortesia de Jeremy Cohen. História de Emily Cassidy, baseada em um noticiário da NASA Earthdata.

 
 
 
 

 

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