09/09/2020
– O presidente francês Emmanuel Macron anunciou, por
nota na última semana, que a prática de captura
de aves canoras como tordos e melros, por meio de armadilhas com
colas em galhos foi suspensa. A decisão do governo Frances
foi tomada após consulta à ministra do Meio Ambiente,
Barbara Pompili e ao presidente da Federação de
Caça, Willy Schraen.
A suspensão dessa prática
predatória da fauna silvestre ocorreu após um alerta
da Comissão Europeia, emitido em julho, informando que
a França poderia sofrer com uma ação do Tribunal
de Justiça Europeu, caso o país persista em endossar
a prática. Segundo a Comissão, a França é
o único país da UE, que ainda permite a caça
de aves com armadilhas de cola, segundo o País, desde que
seja "seletiva, controlada e em quantidade limitada".
Entretanto, a Comissão
Europeia informa que a prática infringe a Diretiva de Aves
de 2009, formulada para proteger as mais de 500 espécies
de aves silvestres registradas na UE. “A França autorizou
vários métodos de captura de aves, como cola para
tordos, redes e armadilhas para cotovias e pombos, que não
são seletivos e são proibidos pela Diretiva”,
diz a advertência da Comissão.
“Os Estados-Membros podem
derrogar certas disposições da Diretiva, mas apenas
sob condições estritas que não são
cumpridas neste caso, especialmente porque a maioria das espécies
capturadas não se encontra em bom estado de conservação”,
conclui o comunicado.
Ecologistas comemoram
a suspensão, afirmando que as armadilhas de cola causam
grande estresse nas aves e que não são seletivas
como alegam os interessados na prática predatória.
“Este é um bom resultado, pois até agora a
cada ano era aberta uma exceção que permitia a caça.
Mas eles não estão proibindo a prática, apenas
a suspendendo”, pondera o presidente da Associação
de Proteção de Aves da França, Yves Verilhac,
à Reuters.
Segundo Verilhac, a armadilha
com cola é uma prática “cruel e odiosa”
de uma época passada e apela para que a França proíba
definitivamente essa caça predatória.
Já o presidente
da Federação da Caça, Willy Schraen, afirma
que a suspensão é apenas um movimento político
do presidente francês e disse que sua associação
vai a Justiça para retornar com a prática, informou
ao Independent. “Existem apenas alguns milhares de caçadores
no sul da França e eles têm feito isso há
décadas. Não tem impacto sobre o número de
aves. Eu defendo esses valores rurais, que devem continuar”,
argumenta Schrean.
Fato é que a prática
é considerada ilegal pela União Europeia, e que
nesse tema a França está a viver em um passado longínquo,
uma vergonha internacional para uma nação que sempre
esteve à frente de seu tempo.
A Agência Ambiental
Pick-upau enviará carta ao presidente Emmanuel Macron para
que transforme a suspensão em ação definitiva
e permanente no território francês.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental
Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades
voltadas ao estudo e conservação desses animais.
Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Wikipedia |