09/12/2020
– As aves e todo o meio ambiente ficaram sob ataque nos
últimos quatros anos nos Estados Unidos e todos sabem que
as decisões tomadas em território americano refletem
por todo o planeta. Cerca de 125 políticas ambientais foram
enfraquecidas ou anuladas, segundo levantamento do Washington
Post. Entre elas, a proteção aos pântanos,
aos habitat de reprodução do Ártico, as espécies
ameaçadas e as próprias aves migratórias.
O Governo Trump rejeitou a crise
climática e retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris,
ao mesmo tempo favoreceu a indústria de extração
de combustíveis fósseis em áreas públicas
e provavelmente essas políticas seriam intensificadas em
um hipotético segundo mandato.
Depois de centenas de
polêmicas nas mais variadas áreas, milhares de fake
news e com o gigantesco impacto da pandemia de covid-19, que demonstrou
ainda mais o negacionismo, característico da gestão
Trump, os norte-americanos foram em massa às urnas para
escolher um novo presidente que trouxesse uma esperança
para a nação e uma nova visão para as questões
ambientais.
Entre as promessas de campanha
de Joe Biden estão acabar com novas licenças de
uso de combustíveis fósseis em terras públicas,
um novo plano climático de U$ 2 trilhões, livre
de carbono até 2035, entre outras propostas. Claro que
tudo dependerá da formação da Câmara
e do Senado. Conservacionistas acreditam de Biden usará
sua autoridade executiva e sua capacidade de diálogo para
avançar em novas políticas ambientais e também
para retomar aquelas que foram interrompidas por Trump.
"Hoje é
um novo dia. O povo falou e é hora de mudar! Agora é
hora de transformar promessas em progresso, com soluções
de políticas e investimentos sólidos que reduzem
a poluição climática, criam milhões
de empregos bem remunerados, protegem a saúde de nosso
povo e promovem a justiça e a equidade para todos nós”,
diz Gina McCarthy, presidente e CEO do Conselho de Defesa de Recursos
Naturais, ao Audubon.
Joe Biden prometeu reintegrar
imediatamente os Estados Unidos no Acordo de Paris, sobre a mitigação
das mudanças climáticas. Interromper as explorações
de petróleo e gás em terras públicas que
são vitais para milhões de aves aquáticas,
no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico.
Entretanto, os especialistas alertam que o novo presidente poderia
determinar uma moratória sobre o arrendamento dessas áreas
federais, mas somente o Congresso poderia definir uma proibição
definitiva.
“Depois de uma
temporada tensa, o resultado desta eleição oferece
um raio de esperança e uma pausa bem-vinda aos ataques
implacáveis à vida selvagem e lugares selvagens
nos últimos quatro anos”, disse Jamie Rappaport Clark,
presidente e CEO da Defenders of Wildlife, em um comunicado. “Esperamos
com uma consciência sóbria do trabalho que temos
pela frente, mas com otimismo e uma determinação
focada em mudar a direção da vida selvagem.”
“Gosto de pensar que, com
a realidade da mudança climática se estabelecendo
para mais membros do Congresso, haverá mais incentivo para
fazer algo pelas comunidades que são impactadas, porque
elas são impactadas em todos os estados, vermelhos ou azuis”,
diz Nada Culver, vice-presidente para terras públicas e
consultor jurídico sênior da National Audubon Society.
Nesse fim de governo,
Trump ainda tenta nos tribunais enfraquecer a Lei do Tratado de
Aves Migratórias, a Lei de Espécies Ameaçadas,
a Lei da Água Limpa e a Lei de Política Ambiental
Nacional. Contudo, o governo Biden pode solicitar que a Justiça
suspenda esses processos. O site de transição de
Biden informa que ele se esforçara para garantir que a
justiça ambiental "seja uma consideração
importante sobre onde, como e com quem construímos - criando
bons empregos sindicais para a classe média em comunidades
deixadas para trás, corrigindo erros em comunidades que
sustentam o maior impacto da poluição e levantando
as melhores ideias de toda a nossa grande nação
- rural, urbana e tribal”.
Criado em 2015, dentro
do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações do Audubon
Fotos: Reprodução/Pixabay |