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Sentido ‘extra’ de bico de ave evolui há mais de 70 milhões de anos
Órgão pode ser fundamental na busca de alimento e na identificação de presas
 

16/12/2020 – Uma nova pesquisa indica que um órgão permite que algumas aves detectem o movimento de presas escondidas mergulhando seus bicos no solo, e essa adaptação pode estar presente em algumas espécies há 70 milhões de anos e que a conformação pode ter surgido em seus ancestrais dinossauros.

Esses receptores sensoriais especiais de “toque remoto” são conhecidos como corpúsculos de Herbst, que estão localizados dentro de buracos densamente compactados na ponta do bico. Esse mecanismo auxilia as aves a detectarem o movimento de vermes no solo ou pequenos peixes na água, mesmo que a presa esteja a centímetros de distância do bico. De acordo com Carla du Toit, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e seus colegas, isso pode significar um “sexto sentido” das aves.

Reprodução/Pixabay

 



Para entenderem como esse sexto sentido evoluiu, os pesquisadores estudaram os bicos de centenas de aves modernas e antigas, incluindo quatro espécies litornitídeos, um grupo extinto de aves que viveu junto com dinossauros do período Cretáceo.

Os litornitídeos compõem um dos dois grupos de aves modernas, os paleognatas, onde estão os kiwis, avestruzes e emas, aquelas espécies que não voam e o outro grupo são as aves neognatas.

Ao pesquisar as aves modernas, os cientistas identificaram diferentes padrões de corrosão no bico associados aos corpúsculos de Herbst. Depois du Toit e seus colegas encontraram esses mesmo padrões em bicos de fósseis litornitídeos, o que sugere que essas aves também tinham essas habilidades sensoriais.


Reprodução/Pixabay

 



Segundo os pesquisadores, a descoberta faz muito sentido, pois os corpúsculos de Herbst são encontrados tanto em paleognatas quanto em neognatas. Os dois grupos de aves estão distantes em 70 milhões de anos, o que sugere que o órgão evoluiu no ancestral comum de ambos os grupos de aves.

Para du Toit, essas estruturas sensoriais podem ter evoluído nos dinossauros. Esse recurso de “sexto sentido” pode ter sido fundamental para terópodes carnívoros como o Neovenator a encontrar presas sondando seus focinhos em poços de lama e águas turvas, explica a pesquisadora a New Scientist.


Reprodução/Pixabay

 



Agora os pesquisadores pretendem verificar se o órgão estava presente nos bicos de um antigo grupo de répteis alados, os pterossauros. Caso encontrem tais fosseis, isso pode significar que esses órgãos sensoriais evoluíram ainda mais cedo, antes até dos dinossauros terem evoluído. Contudo, a baixa qualidade da maioria dos fósseis deve tornar as análises mais complexas, afirma du Toit.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.


Reprodução/Pixabay

 



Da Redação, com informações da New Scientist
Fotos: Reprodução/
Referência da revista: Proceedings of the Royal Society B , DOI: 10.1098 / rspb.2020.2322

 
 
 
 

 

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