09/02/2021
– A quantidade de aves conhecida como mainá-indiano
(Acridotheres tristis) se tornou um grande problema,
segundo um grupo de ação local, que afirma que essas
aves causam danos à vida selvagem nativa e são mais
impactantes que o sapo-cururu, considerado uma praga na região.
Depois de uma estação
reprodutiva muito exitosa, que pode gerar entre 20 e 30 filhotes
por fêmea, entre outubro e março, o Canberra Indian
Myna Action Group, passou a convocar pessoas para instalar suas
armadilhas, para reduzir esses números mais uma vez.
Bill Handke, presidente da Canberra
Indian Myna Action Group, diz que esforços de captura já
reduziram, de forma significativa, a população desse
estorninho, que é considerado um invasor e um perigo para
outras aves nativas e a vida selvagem como um todo.
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Mainá-indiano (Acridotheres
tristis).
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O mainá-indiano
não deve ser confundido com o manorina (Australian
miners), que é nativo. Esse se caracteriza pela predominância
da cor cinza com uma mancha preta ao redor do olho e no topo da
cabeça, enquanto o mainá-indiano possui um corpo
chocolate e preto, o bico e as pernas amarelos e uma mancha branca
na asa.
Segundo Handke, a população
de Camberra pode ter se tornado complacente, depois que cerca
de 100 mil aves foram removidas, desde que armadilhas forma instaladas
em 2006. “Como os mainás-indianos vivem perto das
áreas urbanas, as pessoas os notam e geralmente não
gostam deles e são encorajadas a prendê-los”,
disse ele à Region Media. “É um bom exemplo
de como a comunidade controla um animal nocivo”.
“Eles sempre foram um problema,
mas parece que as pessoas estão vendo mais deles novamente
em pontos importantes como shopping centers, piquetes e áreas
industriais onde restos de comida estão prontamente disponíveis.”
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Mainá-indiano (Acridotheres
tristis).
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Presos do Alexander
Maconochie Center já vinham fazendo armadilhas, mas agora
fazem parte do serviço comunitário. Segundo Handke,
mais de 30 pessoas aguardam as armadilhas que são gratuitas.
O governo local endossa o programa para armadilhas e eutanásia,
que tem relatado que muitas pessoas têm informado sobre
o retorno das aves nativas que estão ocupando ninhos e
ocos de árvores, antes usados pelos mainás.
Contudo, a RSPCA informa que a
captura e a morte por grupos comunitários não devem
ser incentivadas e devem ser realizadas apenas como parte de um
programa de controle supervisionado pelo governo, que possui diretrizes
estabelecidas.
Segundo Handke, o mainá-indiano
representa um grande risco à saúde dos humanos,
devido seu hábito de manter seu comportamento associado
às atividades humanas, forrageando próximo de restaurantes
e lanchonetes, quintais onde são colocados alimentos para
animais domésticos, favorecendo a circulação
de ácaros de aves e poeira de fezes.
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Mainá-indiano (Acridotheres
tristis).
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Mainás-indianos
chegaram a Canberra em 1968, quando um indivíduo recém-chegado
de Sydney soltou uma dúzia de aves no local. Levantamentos
estimam que haja 250 mainás-indianos por quilômetro
quadrado na região urbana de Canberra, ou cerca de 150
mil aves desta espécie.
Os mainás procuram ocos
de nidificação durante sua época de reprodução,
que tomam de aves e outros animais nativos, após persegui-los
e expulsá-los. Eles matam os filhotes de outras espécies
ou destroem seus ovos nesses ninhos, por vezes constroem seus
ninhos em cima dos outros, sufocando os recém-nascidos
de outras espécies.
“Os números de mainás
na região de Canberra foram drasticamente reduzidos com
armadilhas intensivas por membros da comunidade, mas agora mostram
um ligeiro aumento, indicando que não há lugar para
complacência”, disse Handke. “Eles são
agora a 17ª ave mais comum em Canberra, enquanto eram a 3ª
ave mais comum quando começamos em 2006.”
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Mainá-indiano (Acridotheres
tristis).
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Segundo Handke, há
evidências de que os governos estaduais e municipais declararam
os mainás-indianos como uma praga. Um projeto feito em
2019 sobre o controle da espécie está aguardando
um debate mais profundo. O documento ACT
Pest Animal Management Strategy 2012-2022 traz mais
detalhes sobre essa abordagem.
“A União Internacional
para a Conservação da Natureza - um órgão
das Nações Unidas - identifica os mainás-indianos
como uma das três únicas aves na lista das espécies
mais invasivas do mundo. O estorninho-comum também está
nessa lista”, disse Handke.
“Acreditamos que o mainá acabará causando
mais danos do que o sapo-cururu, pois afeta uma gama mais ampla
de animais, como aves, répteis e insetos. Já teve
um impacto enorme no leste da Austrália.”
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação com informações
Riotact
Fotos: Reprodução/Wikipedia/Reprodução |