15/03/2021
– Uma senhora ave, Wisdom, um albatroz-de-laysan selvagem
anilhado com mais de 70 anos de idade, considerado o espécime
mais velho do mundo, surpreendeu os cientistas mais uma vez. Wisdom
postou um ovo no final do ano passado, em um pedaço de
terra no Oceano Pacífico, que eclodiu no início
do mês passado, revelou o Serviço de Pesca e Vida
Selvagem dos Estados Unidos.
Biólogos acreditam que
Wisdom, identificada e anilhada no Atol de Midway em 1956, pode
ter gerado entre 30 e 36 filhotes. A idade, aproximada, do albatroz
já era um feito extraordinário, agora sua nova reprodução
prova que Wisdom é de fato um individuo singular.
Wisdom registrou centenas de milhares,
quiçá milhões de milhas, voando ao redor
do norte do Oceano Pacífico nesses 70 anos, o que significa
viver cerca de duas vezes mais que um indivíduo de sua
espécie (Phoebastria immutabilis).
“Os albatrozes têm
uma vida extremamente longa, mas o incomum sobre a Wisdom é
que ela é muito mais velha do que as outras aves”,
disse o professor Richard Phillips, ecologista de aves marinhas
e chefe do grupo de predadores superiores e de conservação
do British Antarctic Survey, ao NYT.
Reprodução/John Klavitter/U.S.
Fish and Wildlife Service
|
|
|
Segundo Phillips, a
ave mais velha que se aproxima de Wisdom é um albatroz-anelado,
com 61 anos de idade. Apesar dos albatrozes poderem acasalar durante
toda sua vida, a longevidade de Wisdom mostra que ela teve vários
companheiros, afirma a Dra. Beth Flint, bióloga do Serviço
de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, em um post online.
O macho responsável pela
paternidade é chamado de Akeakamai, companheiro de Wisdom
desde 2012. Os pais compartilharão as atividades de alimentação
do filhote, com uma dieta de ovos de peixe e lulas que são
regurgitados no bico do filhots. No próximo verão
o filhote já deve estar pronto para alçar voo pela
primeira vez, afirma o Serviço de Pesca e Vida Selvagem
dos Estados Unidos.
O Refúgio Nacional da Vida
Selvagem do Atol Midway e o Memorial Nacional da Batalha de Midway,
localizados no extremo norte das Ilhas Havaianas, servem de colônia
para albatrozes e outros milhões de aves marinhas.
Wisdom e Akeakamai, como outros
milhares de casais retornam à ilha de 2,5 milhas quadradas
a cada inverno para acasalar e nidificar. Os albatrozes costumam
postar apenas um ovo por ano, o que torna a espécie ainda
mais vulnerável.
Segundo os pesquisadores, Wisdom
gerou filhotes em quase todos os anos, nos últimos 15 anos.
“Normalmente, você espera que os albatrozes envelheçam
da mesma forma que os humanos e que sua frequência de reprodução
e sucesso diminuam com o aumento da idade, então, novamente,
Wisdom é incomum porque ela ainda parece estar se reproduzindo
com bastante regularidade”, disse o professor Phillips.
Biólogos (as) do refúgio
de vida selvagem do Atol de Midway estudando e fazendo o rastreamento
de milhares de albatrozes por mais de 85 anos, afirmam que Wisdom
retorna à ilha por décadas, já superando
até o ornitólogo Chandler Robbins, que o anilhou
pela primeira vez e que faleceu em 2017.
O retorno de Wisdom "não
apenas inspira os amantes de pássaros em todos os lugares,
mas nos ajuda a entender melhor como podemos proteger essas graciosas
aves marinhas e o habitat de que precisam para sobreviver no futuro",
afirma Flint.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações do New York Times e agências internacionais
Fotos: Reprodução/John Klavitter/U.S. Fish and Wildlife
Service |