27/05/2021
– Pesquisadores da Universidade de New South Wales, na Austrália
afirmam que a quantidade de aves no planeta Terra representa seis
vezes a de seres humanos. "Os humanos se esforçaram
muito para contar os membros de nossa própria espécie
- todos nós 7,8 bilhões. Este é o primeiro
esforço abrangente para contar um conjunto de outras espécies”,
diz o ecologista Will Cornwell em comunicado.
A pesquisa publicada na revista
científica Proceedings of the National Academy of Sciences
realizou a contagem de aves com o auxilio de milhares de pessoas.
Os pesquisadores utilizaram como base dados o eBird alimentado
por mais de 600.000 cientistas cidadãos, entre os anos
de 2010 e 2019. Aplicando essas informações em algoritmos
puderam chegar a um número estimado.
O estudo sugere, a partir
da detecção, que haja aproximadamente 50 bilhões
de aves, cerca de seis vezes a população humana.
Verificou-se 9.700 espécies de aves, cerca de 92% do total
conhecido. "A detecção pode incluir fatores
como tamanho, cor, se eles voam em bandos e se vivem perto das
cidades", informa a UNSW.
A pesquisa também destaca
o grupo de aves pertencente ao “clube do bilhão”.
Segundo os cientistas as aves que passam de 1 bilhão de
indivíduos abarca espécies como o pardal, estorninho-europeu,
gaivota-de-bico-redondo e a andorinha-do-celeiro. Por outro lado,
destacaram as espécies com menos indivíduos, como
a andorinha-do-mar-de-crista-chinesa e o pássaro-ruivo.
"Seremos capazes de dizer como essas espécies estão
se saindo repetindo o estudo em cinco ou 10 anos. Se o número
de sua população está diminuindo, pode ser
um verdadeiro alarme para a saúde do nosso ecossistema",
disse Cornwell.
A equipe responsável
pelo estudo enfatiza que se trata de uma estimativa e que há
“considerável incerteza”. Ressaltam que a pesquisa
baseou-se nos dados do eBird, ou seja, dependendo de informações
de observadores e que existem muitas regiões no mundo que
não abastecem o eBird, isso por exemplo, pode ocorrer em
países com florestas tropicais como o Brasil e Colômbia,
dois países que abrigam as maiores quantidades de espécies.
"Nossas descobertas, embora
imprecisas em algumas áreas, representam os melhores dados
disponíveis que temos atualmente para muitas espécies",
disse o co-autor Shinichi Nakagawa, ecologista e estatístico
da UNSW. No futuro, com o maior alcance dessas plataformas poderemos
refinar esses dados e ter uma avaliação mais precisa.
Criado em 2015, dentro
do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com informações de agências
internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay |