14/06/2021
– Reavaliar origens e questões de racismos tem sido
cada vez mais debatido nos EUA e os últimos acontecimentos
fizeram com que avanços significativos acontecessem, mas
ainda há muito que se avançar. Símbolos como
estatuas e monumentos, nomes de escolas e equipes esportivas têm
sido mudados em função dessa nova consciência
e agora parece que esse movimento chegou ao nome das aves.
Nomes populares são usados
em todas as partes do mundo, por vezes a mesma espécie
recebe deferentes denominações a depender da região,
o que torna mais difícil sua identificação.
Para pacificar essa questão cada espécie tem seu
nome científico, que é exatamente o mesmo em qualquer
região do planeta.
Entre esses nomes, muitos
foram dados em homenagem a pessoas que têm em suas histórias
relações com questões bem delicadas como
o racismo e escravidão. Comportamentos deploráveis
ontem, hoje e em qualquer época da humanidade.
Segundo Jordan Rutter, co-fundadora
da iniciativa que está revendo esses nomes, (Empidonax
hammondii) o papa-moscas de Hammond (Hammond's flycatcher),
por exemplo, tem esse nome em homenagem ao ex-cirurgião
Alexander Hammond, que tentou coletar cérebros de indígenas
mortos para estudos e escreveu que os negros eram “poucos
elevados em faculdades mentais ou físicas acima do macaco”,
descreve o site da iniciativa Bird Name for Birds.
Rutter afirma ter encontrado ao
menos 150 aves na América do Norte com nome de pessoas
e que estão tentando mudar, devido suas origens. "Estamos
realmente pedindo uma mudança no processo”, afirma
à CNN.
Em 2020, a iniciativa registrou
uma vitória quando a American Ornithological Society (AOS)
renomeou o esporão (McCown's longspur), em homenagem ao
general confederado John Porter McCown para esporão-longo-de-bico-gosso,
em uma tradução livre, (thick-billed longspur).
Na última semana
houve mais um avanço, quando a AOS anunciou a criação
de um comitê que deverá fazer as recomendações
para diretrizes sobre como identificar e alterar “nomes
nocivos para aves inglesas”, conforme comunicado da entidade.
O comitê deve apresentar recomendações mais
especificas no inicio de 2022.
"Estamos entusiasmados por
colocar esta importante tarefa nas mãos de nosso comitê
e esperamos receber as recomendações sobre o processo
de revisão e alteração de nomes de aves inglesas
para garantir que a ornitologia e a observação de
aves sejam tão inclusivas quanto possível",
disse o AOS na declaração.
Apesar da mudança registrada
no nome do esporão, Rutter afirma que essa solicitação
havia sido rejeitada, em 2018 pela AOS e que "Nada mudou
no processo", desde então, e que esse é apenas
o começo. Por outro lado, a AOS informa que tem "discutido
seriamente a questão dos nomes de aves homônimas"
desde a rejeição inicial em 2018.
"A American Ornithological
Society (AOS) reconhece as barreiras sistêmicas enfrentadas
pelos cientistas de cor, que têm sido amplamente sub-representados
nas disciplinas STEM e, especificamente, na sistemática
aviária. A AOS apoia inequivocamente o aumento da diversidade
e inclusão na ornitologia e está comprometida com
o anti-racismo ", disse a organização em um
comunicado à CNN.
Conheça a iniciativa: Bird
Name for Birds
Veja
o comunicado da American Ornithological Society
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental
Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades
voltadas ao estudo e conservação desses animais.
Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações da CNN/Washington Post e agências
internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay |