17/06/2021
– Um estudo conduzido na Wageningen University & Research
Scientists, nos Países Baixos, indica que aves jovens ajudam
seus pais na criação dos filhotes, defendendo os
territórios e afastando predadores. Para os pesquisadores
envolvidos na pesquisa, esse comportamento social visto em aves
como o pássaro-rato e o picanço-de-capacete-de-crista-branca,
parece contrariar a teoria da evolução prevalecente,
e os indivíduos jovens até entregam sua comida aos
irmãos mais jovens.
Segundo os pesquisadores, o comportamento
das aves tem relação com oferta de territórios.
Por isso jovens de algumas espécies continuam a viver com
seus pais, retardando sua própria reprodução.
“Se um jovem pássaro contribui ativamente com a casa
e defendendo o ninho de outras pessoas, é mais provável
que ele herde um território decente”, diz o pesquisador
Sjouke Kingma. "E, se alguém espera herdar a casa
da família, é mais provável que dê
uma nova camada de tinta nos peitoris das janelas, por assim dizer",
conclui o cientista.
As espécies do
estudo mantém seu comportamento em grandes distancias ajudando
a defender seu território e o ninho de predadores e também
alimentando os filhotes com sua própria reserva de alimentos.
"Este comportamento social oferece vantagens. Se uma ave
herda o território, os animais que ele ajudou a criar terão
a sua vez de contribuir para a casa”, afirma Kingma.
Segundo os pesquisadores, o fato
novo da pesquisa realizada na Reserva de Caça Mbuluzi,
Suazilândia, país na África Austral, é
o aspecto de contradição da teoria prevalecente
da evolução, pois os animais costumam ser egoístas
por natureza. Uma das explicações seria a teoria
do retorno da ajuda no futuro, algo bem conhecido entre humanos.
Outra possibilidade para explicar esse comportamento altruísta
seria a seleção de parentesco, ou seja, ao ajudar
um membro da família, estaria indiretamente contribuindo
para a disseminação de genes partilhados por futuras
gerações.
Em comparação
com a Europa, que registra um período sazonal curto de
alimentos disponíveis e as estações são
bem delimitadas, a Suazilândia, oferece poucos locais de
obtenção de alimentos, além do clima bem
imprevisível. Ou seja, não é possível
determinar que na primavera, por exemplo, haverá grande
oferta de comida. Nesse momento, o país sofre uma grande
estiagem. “Nessas circunstâncias tão pobres,
vale a pena ser social”, diz Kingma.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com
informações da Phys e agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay |