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Cerca de 98% dos pinguins-imperadores podem desaparecer até 2100
Pesquisa indica que o aquecimento global levará espécie à quase extinção
 

28/08/2021 – A maior espécie de pinguim do mundo vive nas regiões costeiras da Antártida e essas terras devem sofrer grandes transformações com os efeitos do aquecimento global. Os pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) devem ser vítimas certas nessa catástrofe climática, caso as temperaturas continuem a aumentar, provocando a redução progressiva do território de gelo marinho. Segundo estimativas, a população dessas aves deve ser reduzida lentamente até 2040, chegando em 2100 com 98% de suas colônias já extintas.

O estudo que revela esses dados preocupantes foi publicado no periódico científico Global Change Biology. A pesquisa foi elaborada por uma equipe de pesquisadores internacionais, formada por ecologistas, climatologistas e especialistas em políticas ambientais. Segundo os cientistas, esses dados são a “melhor evidência científica” relatada até agora para compreender como as mudanças climáticas afetarão os pinguins-imperadores.

O estudo faz projeções sobre todas as colônias registradas de pinguins-imperadores e leva em conta, diversos cenários possíveis com o aquecimento global, que vão de 1,5°C a 4,3°C, em relação aos níveis pré-industriais. Os levantamentos foram possíveis com o auxílio de registros inéditos de satélites, que agora também consideram os eventos climáticos extremos. Os cenários climáticos foram baseados nas informações destacadas no Acordo de Paris.

Os pinguins-imperadores que vivem entre os 66º e os 77º de latitude sul na região da Antártida dependem de condições bem específicas. Quando há excesso de gelo marinho na região, as viagens são mais longas e difíceis o que pode levar a morte dos filhotes na espera do retorno de seus pais com comida; por outro lado, com muita água congelada, eles podem se afogar.


Reprodução/Pixabay

 



Para os pesquisadores, caso o gelo marinho continue a derreter, de acordo com as projeções das atuais emissões de gases que provocam o aquecimento global, os pinguins-imperadores estarão fadados ao desaparecimento até o fim do século, mas as colônias já estariam em perigo de extinção em 2050 e os efeitos podem até ser ainda mais rápidos.

"Dada a dependência da espécie do gelo marinho para reprodução e alimentação, a ameaça mais importante para os pinguins-imperadores é a mudança climática, que levaria à perda de gelo marinho na Antártida ao longo deste século", diz Marika Holland, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, nos Estados Unidos, e uma das autoras da investigação. "As tendências no aquecimento e consequentes perdas de gelo marinho até o final do século são claras e unidirecionais em todas as projeções de todos os modelos climáticos", informa, em comunicado.

Os pesquisadores sustentam que os pinguins-imperadores devem ser incluídos na Lei de Espécies Ameaçadas nos Estados Unidos (ESA, na sigla em inglês), um importante mecanismo na proteção de espécies. Apesar das aves não estarem no território americano, os cientistas acreditam que sua inclusão poderia beneficiar ações nas regiões Antárticas. “A proteção dos pinguins-imperadores sob a ESA poderia desempenhar um papel influente em fóruns internacionais de gestão da conservação e nas decisões políticas”, acrescenta o documento.


Reprodução/Pixabay

 



“A ação mais importante para garantir a viabilidade contínua dos pinguins-imperadores é reduzir rapidamente as emissões de GEE [gases de efeito estufa] para limitar o aquecimento posterior. As decisões de política climática de curto prazo, durante esta década que atingirem com sucesso as metas do Acordo de Paris, forneceriam um refúgio para o pinguim-imperador, interrompendo o declínio dramático da população global. O futuro dos pinguins-imperadores e de toda a biota da Terra depende, em última análise, das decisões tomadas hoje”, concluem os pesquisadores.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
 

 

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