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Beija-flores fêmeas ficam parecidas com machos para evitar ataques
Estudo indica que algumas fêmeas evoluíram com plumagem mais brilhante, uma defesa contra agressão dos machos
 

18/09/2021 – Para quem aprecia beija-flores, mas não é muito atento ao comportamento dessas pequenas aves, não percebe as disputas ferrenhas entre indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, inclusive entre machos e fêmeas. Um novo estudo sugere agora que as fêmeas podem estar evoluindo para evitar esses conflitos, com o surgimento de plumagens mais brilhantes.

Os pesquisadores que recolheram mais de 400 colibris-jacobinos-de-pescoço-branco no Panamá, descobriram que mais de um quarto das fêmeas apresentavam plumagem mais brilhante, cabeças azuis iridescentes, caudas brancas brilhantes e barrigas brancas, semelhantes aos machos. Essas fêmeas costumam ser mais opacas, com tons mais suaves de verde, cinza e preto, que faziam com que elas se misturassem ao ambiente.

Segundos os pesquisadores, essa coloração mais forte, parecida com os machos ajudou a evitar comportamentos agressivos, por parte desses machos, durante a alimentação, como bicadas e empurrões no ar. Os cientistas verificaram que todos os indivíduos jovens capturados possuíam esse tom chamativo. Eles explicam que na maioria das espécies de aves, os jovens apresentam semelhanças com indivíduos machos adultos.

“Cada fêmea e macho começam parecendo machos adultos. Então, à medida que envelhecem, cerca de 20% das fêmeas mantêm essa plumagem e, em seguida, 80% mudam para a plumagem monótona”, diz Jay Falk, autor da pesquisa realizada pelo Cornell Lab of Ornithology e Smithsonian Tropical Research Institute.

Acreditava-se que a plumagem ornamental, em várias espécies, havia evoluído por causa da competição por parceiros para acasalar. Contudo, nesse caso a maioria das fêmeas que possuíam essa plumagem não estava no momento em que procuravam parceiros, ou seja, na vida adulta, o que pode significar que a seleção sexual não era motivo dessa plumagem, explicam os pesquisadores.

Reprodução/Pixabay

 



Os pesquisadores queriam saber por que algumas fêmeas desses beija-flores continuaram a ficar parecidas com os machos, quando adultas. Para o experimento, colocaram indivíduos empalhados em nectários: fêmeas parecidas com machos, fêmeas sem a plumagem vistosa e machos. Assim puderam observar colibris interagindo com as amostras, em diferentes regiões do Panamá.

Os cientistas descobriram que a grande parte do comportamento sexual dos beija-flores que pareciam ser machos reais era direcionada para as fêmeas empalhadas, o que levou a teoria de que a seleção sexual poderia não ser a explicação mais óbvia, descreve a pesquisa que foi publicada Revista Current Biology.

Contudo, quando avaliaram os casos de agressão entre os indivíduos empalhados e vivos, os pesquisadores verificaram que as fêmeas empalhadas, menos vistosas, eram constantemente mais atacadas que as fêmeas com coloração mais vistosa, mas também empalhadas. “Então, isso nos deu uma indicação de que tem algo a ver com seleção social e competição por comida, ao invés de competição por companheiros”, disse Falk.

Ao contrário do que muitos pensam, os beija-flores estão sempre em conflito. “Eles estão constantemente lutando uns com os outros ... a agressão é uma grande parte de suas vidas., diz o pesquisador.

Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes, polinização de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção e plantio de espécies vegetais, além de atividades socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a importância em atuar na conservação das aves.

Da Redação, com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay

 
 
 
 

 

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