27/04/2022
– Pesquisadores das Universidades de Bonn, na Alemanha,
e Xi'an Jiaotong-Liverpool University Suzhou, na China realizaram
pesquisa sobre sistemas reprodutivos de plantas, onde houve a
polinização por insetos e beija-flores, e descobriram
diferenças entre os dois tipos. O resultado do estudo foi
publicado na revista científica Ecology and Evolution.
É sabido que muitas estratégias de polinização
de plantas com flores evoluíram ao longo do tempo e a frequência
dos visitantes tem papel fundamental na eficiência dessa
polinização. Os insetos, com destaque para as abelhas,
são os principais polinizadores e elas têm pequenos
intervalos em suas atividades, enquanto aves, como beija-flores,
por exemplo, mantêm um espaço maior entre essas intervenções.
"Antes, supunha-se que as plantas mudavam seu grupo de polinizadores
de abelhas para beija-flores quando a atividade e, portanto, a
eficiência de polinização das abelhas é
muito baixa ou muito imprevisível, por exemplo, nas altas
montanhas," explica o Dr. Stefan Abrahamczyk do Instituto
Nees de Biodiversidade Vegetal da Universidade de Bonn.
Mas uma pergunta intrigava os cientistas. Por que regiões
com alta incidência de abelhas apresentam polinização
por beija-flores, morcegos e até pequenos mamíferos,
como gambás e lêmures. Os pesquisadores demonstram
em sua pesquisa que essa mudança evolutiva é bem
mais complexa do que se pensava. O Dr. Abrahamczyk explica que
quando duas espécies surgem, a partir de outra espécie,
em um processo evolutivo, alguns aspectos são observados,
como sua área de distribuição divida por
cadeias de montanhas, ou uma era glacial, por exemplo, nesse caso
as duas espécies são denominadas pares de espécies
irmãs.
Durante o estudo, os pesquisadores analisaram três partes
de espécies irmãs de diferentes plantas, considerando
suas estratégias reprodutivas. Na primeira opção
a planta é polinizada por beija-flores e a segunda por
abelhas. Usando uma série de técnicas de polinização,
os cientistas verificaram que as espécies polinizadas pelos
beija-flores produziram sementes maiores e com uma taxa de germinação
mais significativa que do outro grupo.
"A partir desses resultados, podemos concluir
que a polinização do beija-flor evoluiu em populações
de espécies polinizadas por abelhas que são particularmente
dependentes da polinização cruzada, ou seja, não
podem se autopolinizar", diz Abrahamczyk.
A eficácia dos beija-flores apresentada na pesquisa deve-se
a área de abrangência maior que a das abelhas e aos
movimentos frequentes entre os vários indivíduos
de plantas da mesma espécie, sobretudo em plantas que não
se autopolinizam, com mais efeito do que as abelhas.
No processo de polinização as abelhas visitam todas
as flores abertas de uma planta antes de partirem para outro indivíduo,
desta forma incentivam a autopolinização, o que
se torna uma desvantagem em relação aos beija-flores.
Outra característica da polinização das abelhas
é a limpeza intensa durante o voo e o depósito de
pólen para alimentar suas larvas. O resultado desse processo
resulta em uma quantidade menor de pólen que chega ao estigma
para fertilizar os óvulos. Já os beija-flores não
têm interesse no pólen.
"Esses insights recém-adquiridos também podem
ser aplicados à evolução de outros sistemas
de polinização, como a polinização
por morcegos ou mariposas, em termos de frequência e eficiência",
diz o pesquisador.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa da Agência
Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza
atividades voltadas ao estudo e conservação desses
animais. Pesquisas científicas como levantamentos quantitativos
e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria e dispersão
de sementes, polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio de
espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação, com informações de agências
internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay |