20/09/2022
– A reprodução de albatrozes é um tema
de grande interesse científico, essas espécies de
aves são conhecidas pelo ‘romantismo’ em suas
relações. Mas as mudanças climáticas
podem estar tendo um efeito nesse processo de acasalamento. Um
estudo publicado no periódico “The Journal of the
Royal Society Interface” indica que o aumento da temperatura
das águas pode estar separando esses animais que são
monogâmicos.
Segundo o estudo, apesar das taxas
de separação dos parceiros ainda sejam baixas, algo
entre 1% e 3%, eles dizem que nos anos em que as águas
estavam mais quentes essa taxa cresceu de forma significativa,
chegando a 8%. A espécie foi objeto do estudo pelo seu
comportamento afetuoso. Outro fator relevante é a frequência
com que essas espécies se reproduzem e o tempo que dispensam
na criação de seus filhotes. Leais aos seus parceiros,
os albatrozes costumam fazer celebrações animadas
quando se encontram após as longas viagens em busca de
alimento.
O estudo foi realizado nas Ilhas
Maldivas e envolveu 15.500 pares de albatrozes selvagens, entre
2004 e 2019. Os pesquisadores descobriram que o motivo mais comum
para a divisão de um par de albatrozes era uma falha reprodutiva.
A temperatura mais alta das águas reduz a quantidade de
peixes e outras fontes de alimento e podem deixar o ambiente mais
agitado ou hostil. Os cientistas acreditam que as mudanças
climáticas são responsáveis pelo aumento
das taxas de separação dessas aves marinhas.
Os pesquisadores explicam
que apesar da falha na reprodução ser comum entre
parceiros de todas as espécies de animais e busca por novos
parceiros, eles descobriram que mesmo os casais que tiveram filhotes
se separaram, um acontecimento relativamente novo. Os cientistas
da Universidade de Lisboa, em Portugal, responsáveis pelo
estudo sugerem a hipótese que o aumento da temperatura
das águas obrigou as aves a percorrer distâncias
ainda maiores para buscar alimentos e se essa busca levar muito
tempo, os indivíduos podem procurar novos parceiros.
A mudança nos hormônios
e o estresse podem ser outros fatores de hostilidade entre os
parceiros. Os pesquisadores têm grande preocupação
com os albatrozes, pois as espécies estão em declínio
em todo o planeta. Com os efeitos das mudanças climáticas
e da caça ilegal, as populações de albatrozes
tem registrado uma queda de 5% a 10%, a cada ano, em todas as
regiões de ocorrência das espécies.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay |