11/05/2023
– Uma pesquisa realizada na Costa Rica pela Universidade
de Utah indica que plantações de café estão
alterando a dieta de aves generalista que vivem em florestas.
O estudo feito a partir da análise isotópica de
170 penas de quatro espécies de aves mostra como os isótopos,
variações do mesmo elemento que difere no número
de nêutrons no átomo são apresentadas.
Segundos os pesquisadores, quando
um alimento é consumido por um animal ele deixa uma espécie
de assinatura em seu tecido. Quando realizam a análise
de isótopos, os cientistas conseguem verificar a dieta
dos animais, no caso das aves, por meio das penas. Antes coberta
por florestas, áreas ao redor da Estação
Ecológica de Las Cruces, entre as divisas da Costa Rica
e Panamá, hoje cerca da metade estão cobertas por
plantações de café. Com outros usos do solo,
sobraram apenas 10% de floresta.
Focando o estudo em quatro espécies
generalistas que habitam florestas e paisagens de campo, que têm
na dieta frutas e invertebrados, uma importante fonte de proteína
e nitrogênio, os pesquisadores investigaram para saber como
Sabiá-de-bico-laranja , Saíra-de-garganta-prateada
, Sabiá-de-garganta-branca e Papa-moscas-de-barriga-ocre
conseguem os nutrientes necessários em áreas de
floresta e agricultura.
Os pesquisadores também
monitoraram a movimentação de 49 aves usando um
equipamento de rastreamento por rádio para saber onde as
aves buscam alimentos. Segundo o estudo, três das quatro
espécies se alimentavam em áreas de cafezais e consumiam
menos insetos, em comparação àquelas que
forrageavam na floresta. Saíra-de-garganta-prateada e Sabiá-de-garganta-branca
consumiram metade dos invertebrados na área de café,
em relação à floresta.
Devido à data
da plantação dos cafezais e como não houve
coleta de dados antes, não foi possível comparar
o comportamento alimentar das aves, quando a região tinha
mais florestas do que a atual configuração do solo,
com vários usos, além da plantação
de café. Segundo os pesquisadores, as aves precisam forragear
pelo menos três hectares de florestas para encontrar invertebrados
necessários na época de reprodução.
Manter áreas remanescentes
de florestas, recuperar áreas degradadas é um desafio
em todos os países para se manter a biodiversidade, que
é fundamental, inclusive, na produção de
alimentos, nos recursos hídricos e na qualidade do solo.
Saiba mais sobre o estudo: Sekercioglu,
Ç H, Fullwood, MJ, Cerling, T, Oviedo Brenes, F, Daily,
GC, Ehrlich, PR, Chamberlain, P, & Newsome, S D. 2023. Usando
isótopos estáveis para medir as respostas dietéticas
da floresta da Costa Rica aves para o campo agrícola. Fronteiras
em Ecologia e Evolução , 2023; 11 DOI: 10.3389/fevo.2023.1086616
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fevo.2023.1086616/full
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay |