18/10/2024
- Um estudo recente trouxe à tona revelações
fascinantes sobre a evolução das penas coloridas
de pássaros. Ao analisar as características de 9.409
espécies, os pesquisadores conseguiram rastrear as origens
e a disseminação da plumagem iridescente ao redor
do globo, descobrindo que o ancestral comum de todas as aves modernas
provavelmente exibia penas brilhantes. Esta descoberta aponta
para uma diversidade aviária mais vibrante do que se pensava
anteriormente.
Publicado na Nature Ecology and
Evolution, o estudo utilizou um vasto banco de dados para investigar
por que as regiões tropicais abrigam mais aves coloridas
do que outras partes do mundo. Contrariando a crença popular,
a pesquisa indica que muitas espécies de aves iridescentes
se originaram fora dos trópicos, antes de migrarem e se
diversificarem nas regiões equatoriais. Chad Eliason, pesquisador
do Field Museum em Chicago, mencionou que, por décadas,
os cientistas acreditavam que as aves mais coloridas estavam concentradas
nos trópicos, e este estudo procurou entender como essas
cores brilhantes surgiram e se espalharam pela árvore genealógica
das aves ao longo do tempo.
Os pesquisadores combinaram fotografias,
vídeos e ilustrações científicas para
catalogar a presença de penas iridescentes em espécies
de aves ao redor do mundo. Integrando esses dados a uma árvore
genealógica baseada em DNA, eles conseguiram modelar o
caminho evolutivo da plumagem iridescente. A iridescência,
um brilho semelhante ao arco-íris que muda conforme o ângulo
da luz, é uma forma de coloração estrutural,
resultante da interação da luz com estruturas microscópicas
nas penas, responsável pelas deslumbrantes exibições
de aves tropicais como beija-flores e aves-do-paraíso.
O estudo revelou que a iridescência
evoluiu independentemente 415 vezes na árvore genealógica
das aves, com a maioria dessas ocorrências originando-se
fora das regiões tropicais. A descoberta mais intrigante
foi que o ancestral comum de todas as aves modernas, que viveu
há cerca de 80 milhões de anos, provavelmente possuía
penas iridescentes. Essa conclusão tem implicações
significativas para a paleontologia, sugerindo que características
iridescentes podem ser encontradas em registros fósseis
de aves e dinossauros emplumados.
Embora o estudo ofereça
uma visão valiosa sobre a propagação da iridescência
entre as espécies de aves, a razão inicial para
sua evolução ainda é um mistério.
Eliason destacou que, embora penas iridescentes possam ser usadas
para atrair parceiros, essa característica também
pode estar relacionada a outros aspectos da vida das aves, como
mudanças de cor em resposta à umidade, ou ainda
a propriedades físicas das penas, como a resistência
à água.
A compreensão da evolução
da coloração das aves enriquece nosso conhecimento
sobre biodiversidade e fornece insights importantes sobre como
as espécies se adaptam e se diversificam ao longo do tempo.
Este estudo desafia antigas suposições sobre a diversidade
das aves tropicais e abre novos caminhos para explorar a interação
entre genética, ambiente e coloração animal.
A pesquisa, ao analisar mais de
94% das espécies de aves conhecidas, oferece uma base sólida
para estudos futuros. Ao rastrear as origens das penas iridescentes
até o ancestral de todas as aves modernas, os cientistas
ganharam uma nova perspectiva sobre a evolução aviária
e o desenvolvimento de características complexas. Com a
continuidade das investigações, este estudo se apresenta
como um ponto de partida para uma compreensão mais profunda
de como e por que a natureza produz uma gama tão impressionante
de cores e padrões. Futuras pesquisas poderão focar
nos fatores ambientais e genéticos específicos que
impulsionam a evolução da iridescência, potencialmente
revelando novos insights em áreas como biologia evolutiva
e ciência dos materiais biomiméticos.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay |