22/11/2024
– Pesquisadores estão sugerindo mudar o nome da ave
marinha conhecida como cagarra-de-pés-de-carne para "cagarra-negra".
O nome atual, datado de 1844, é visto como ofensivo por
fazer referência à cor da pele e dos pés da
ave. Biólogos e outros especialistas estão discutindo
como devemos nomear as espécies, com muitos defendendo
que nomes que remetam a aspectos considerados problemáticos
ou a figuras históricas com atitudes condenáveis
sejam alterados. Esse debate tem sido conduzido pela American
Ornithological Society, que já se comprometeu a mudar nomes
de aves na América do Norte que homenageiam essas figuras.
Além dos nomes que fazem
referência a pessoas, há casos como o da cagarra,
cujo nome pode ser problemático por descrever características
físicas de maneira inadequada. O nome original referia-se
à coloração dos pés da ave, descritos
como "de carne", e houve confusão sobre se o
termo se referia à cor ou textura. No entanto, a descrição
original feita por John Gould, um naturalista inglês, indicava
que se tratava da cor clara dos pés, o que tem sido comparado
a outras mudanças em termos ofensivos, como a substituição
de cores associadas à pele humana em materiais escolares.
Nos últimos anos, pesquisadores
como o Dr. Alex Bond e a Dra. Jennifer Lavers, que estudam essas
aves na Ilha Lord Howe, na Austrália, descobriram que as
cagarras são altamente afetadas pela poluição
por plástico, o que resultou na identificação
de uma nova condição chamada "plasticose".
Essa descoberta foi publicada em Phys.org, trazendo ainda mais
atenção para a espécie.
Decidir por um novo
nome, no entanto, é um desafio. Alguns sugerem usar palavras
de línguas indígenas, mas a cagarra vive em muitos
lugares diferentes, e a Ilha Lord Howe, onde essas aves se reproduzem,
não possui grupos indígenas históricos. Diante
disso, os pesquisadores decidiram focar em um nome que refletisse
a aparência da ave e o local onde ela nidifica, propondo
o nome "cagarra-sable". O termo "sable" faz
referência tanto à coloração escura
das penas quanto ao substrato arenoso onde elas constroem seus
ninhos.
A escolha de um novo nome pode
parecer um detalhe, mas é uma questão importante
de respeito e consideração pelas comunidades e pelo
próprio ser vivo. A mudança visa refletir uma sociedade
mais inclusiva e consciente, enquanto destaca o papel dessas aves
e dos ecossistemas marinhos.
Criado em 2015, dentro do setor
de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma
Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e
conservação desses animais. Pesquisas científicas
como levantamentos quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre
frugivoria e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine; produção
e plantio de espécies vegetais, além de atividades
socioambientais com crianças, jovens e adultos, sobre a
importância em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Foto: Reprodução/Pixabay
|