Ibama e Exército fecham garimpo e multam infratores em mais de 98 milhões

Manaus (08/04/08) - Desde sexta-feira (4) o Ibama no Amazonas considera desmontado o garimpo que vinha sendo combatido desde 1994 no rio Puruê, afluente do rio Japurá, no Amazonas. A Operação Bianca, desencadeada em parceria com o Exército Brasileiro foi realizada em total sigilo. Nenhum dos mais de 200 homens que participaram da operação sabiam sobre o trabalho, com exceção de alguns oficiais da armada e dois analistas ambientais do Ibama.Em 2006 numa operação semelhante, garimpeiros que mantém uma rede de informantes ao longo dos 700 quilômetros que separam o rio de Tefé, no meio do estado do Amazonas, fugiram para a Colômbia, onde foram protegidos por uma unidade da Força Revolucionária daquele país (Farc), após terem conhecimento dos passos dos agentes da Polícia Federal e do Ibama, ocasionando o fracasso da operação.

Desta vez foram utilizados quatro helicópteros do Exército Brasileiro e a fronteira foi o primeiro ponto a ser fechado, montado um bloqueio em território brasileiro no dia 19 de março.

Nesse bloqueio foram apreendidas três dragas que tentaram fugir para a Colômbia, como fizeram na operação anterior. No mesmo dia, outro bloqueio foi montado com outro helicóptero na foz do rio Puruê com o rio Japurá.

Com duas embarcações de médio porte, tipo ferry boat, 80 militares e 13 agentes do Ibama entraram na calha do rio dois dias depois. Equipes foram destacadas para vistoriar as entradas de cursos d’água, enquanto outras equipes, utilizando lanchas rápidas seguiam as coordenadas enviadas pelas equipes de reconhecimento aéreo.

Em cinco dias de trabalho ao longo dos 380 quilômetros do rio Puruê foram apreendidas todas as oito dragas que trabalham há anos no local, além de desmontar dois garimpos fixos que funcionavam em terra firme.

Uma draga que mantinha estrutura de garimpo e mercúrio, que estava junto a dragas legalizadas para extração de seixo no rio Japurá também foi apreendida. Os infratores receberam um total de R$ 98.844.500 em multa.

O rio Puruê está localizado na zona de amortecimento da Estação Ecológica Juami-Japurá. Todo o material apreendido foi levado para o terminal fluvial da 16ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército em Tefé, em uma viagem de sete dias de navegação.

Das 63 pessoas encontradas no garimpo, 52 foram liberadas após serem cadastradas pelas instituições com foto e documentação e os 11 líderes do garimpo, identificados durante a operação, foram levados de avião para a Superintendência da Polícia Federal em Manaus, onde foram indiciados pelos crimes ambientais. Além das nove dragas, foram apreendidas três balsas, três empurradores, 40 quilos de mercúrio e dois barcos regionais, além de diversas deslizadeiras, motores estacionários e muito combustível.

No total, a área que foi desocupada e toda a sua bacia hidrográfica têm mais de 1 milhão e 300 mil hectares, que somados à Estação Ecológica (ESEC) Juami-Japurá, formam uma área do tamanho do estado de Sergipe, totalmente livre da ação danosa dos infratores. Para manter o sucesso da operação, Ibama e Instituto Chico Mendes estudam ampliar os limites da ESEC, ou mesmo criar uma nova unidade de conservação no local.

Todo o material apreendido segue para procedimentos administrativos. De acordo com o chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Amazonas, Adilson Cordeiro, em pouco mais de 20 dias todo o material estará disponível para doação a instituições. Marcelo Dutra

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Fiscalização do Ibama lacra indústria de ferro-gusa no Espírito Santo

Vitória (08/04/08) - Fiscais do Ibama, na tarde da última sexta feira (4), embargaram e lacraram uma Indústria de ferro-gusa, situada no Município de João Neiva ao norte do Espírito Santo. Segundo a fiscalização do instituto, a empresa é acusada de utilizar carvão vegetal nativo proveniente de desmatamentos comprado de madeireiras ilegais que funcionam na Bahia e em Minas Gerais.

A indústria possui uma extensa lista de crimes ambientais e no Ibama existem mais de 150 processos contra a instituição. O primeiro embargo contra a empresa foi realizado em 1998, por uso de carvão vegetal nativo, mas conseguiu na justiça nova licença para funcionar. Em 2005, por apresentar os mesmos problemas anteriores foi embargada novamente, passando a funcionar sem licença. Até que em uma operação conjunta do Ibama com a Polícia Federal a empresa foi embargada e lacrada.

Dois funcionários da empresa, a diretora administrativa e o gerente responsável pela aquisição do carvão foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal, em Vila Velha, para prestarem depoimento. Os proprietários da indústria não moram no estado, mas serão intimados a prestar depoimento no inquérito sobre o caso.

Apesar dos funcionários terem afirmado que a empresa possuía liminar na justiça para funcionamento, segundo o Analista Ambiental do Ibama, Fabio Murilo Wagnitz, “a indústria não conseguiu regularizar sua situação e agora será feito um termo circunstancial para dar início ao processo criminal contra a siderúrgica e seus proprietários.”
Luciana Carvalho e Rodrigo Santori

 
 
Fonte: Ibama
 
 
 
 

 

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