Aruanãs-Pretas apreendidos no Parna de Anavilhanas

Manaus (17/02/2009) No sábado, a Superintendência do Ibama do Amazonas recebeu sete mil alevinos de aruanã-preta (Osteoglossum ferreirai) apreendidos na última sexta-feira no Parque Nacional de Anavilhanas. A espécie é endêmica da bacia do Rio Negro, ocorrendo no Amazonas e Colômbia, país onde as populações estão sobreexplotadas. O Amazonas já exportou a espécie, mas, no momento, o comércio de alevinos para fins ornamentais e de aquariofilia no Brasil está proibido.

A carga foi apreendida durante o transporte por agentes do Parna de Anavilhanas, quando dois pescadores tentavam chegar ao município de Novo Airão/AM, de canoa, com os peixes embalados em sacos plásticos com oxigênio. Segundo informações obtidas com os pescadores, os peixes haviam sido capturados no Parque Nacional do Jaú e seriam vendidos para um traficante colombiano na cidade de Manacapuru/AM, de onde partiriam em direção à Colômbia para serem vendidos para importadores.

A espécie é bastante cobiçada no mercado internacional, principalmente, o asiático, onde os comerciantes orientais mantém grandes aquários no interior de suas lojas com um exemplar. Segundo as tradições locais, manter um “peixe-dragão” traz boa sorte nos negócios. Grandes quantidades de filhotes de aruanãs brancas (Osteoglossum bicirrhossum) e pretas são contrabandeadas pelas fronteiras do Peru e Colômbia na época de reprodução das espécies.

As áreas de pesca utilizadas para a captura dos peixes são conhecidas pelos pescadores de peixes ornamentais como choqueiros, pois são locais específicos onde existem altas concentrações de machos adultos com as crias em desenvolvimento. Nestes locais, os pescadores zagaiam ou arpoam os machos, retirando os filhotes de sua boca, e os colocam em sacos plásticos adaptados em cestos de fibra, onde os peixes ficam até serem transportados ao local de armazenagem.

Os peixes estão sendo mantidos em tanques do Cetas da Supes/Ibama/AM e serão doados à Secretaria de Produção Rural do Amazonas e ao Cepta, em Pirassununga/SP, para estudos da biologia alimentar e reprodutiva da espécie e, consequentemente, para a formação de plantel de reprodutores em cativeiro, visto que a espécie tem bastante demanda no mercado internacional de aquariofilia.

A multa para a captura de cada alevino de aruanã é de R$ 20,00 por unidade e mais a pena administrativa, que vai de R$ 700,00 a R$ 100 mil. Neste caso, como os peixes foram capturados no interior de uma unidade de conservação, a multa para cada peixe ficou em R$ 40,00, conforme o Decreto Lei nº 6514/08.
James Bessa
Núcleo de Recursos Pesqueiros
Superintendência do Ibama/AM

 
 

Fonte: Ibama

 
 
 
 

 

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