Ibama e Polícia Federal realizam operação em Colniza/MT

Brasília (04/11/2010) – Na manhã de 27/10, quinze policiais federais e nove fiscais do Ibama realizaram nova operação conjunta no extremo noroeste do Mato Grosso, desta vez, na zona rural de Colniza/MT, com o intuito de reprimir o desmatamento ilegal que vem ocorrendo sistematicamente naquela região, cujo resultado foi a prisão de nove pessoas e a apreensão de seis caminhões, dois tratores e quatro motosserras.

A ação faz parte da chamada Operação Arco de Fogo, desenvolvida há mais de dois anos na região com a missão de combater o violento desmatamento que está ocorrendo na selva amazônica há décadas. Uma das áreas fiscalizadas foi a chamada “Fazenda Bauru”, onde vivem dezenas de famílias com título de ocupação absolutamente precário e na qual a mata nativa, em quase todos os lotes, foi praticamente dizimada, seja pelo corte ilegal, seja pelas queimadas.

Os fiscais do Ibama e os policiais federais percorreram vasta área da fazenda e terras adjacentes, como a região conhecida como Capa Mansa, constatando, além da devastação da mata, intensa grilagem de terra, o que causa conflitos frequentes na região, inclusive, com mortes de pessoas em um passado bem recente.

Segundo informações coletadas e vestígios do local, existem muitas toras de madeira cortada, as quais estão sendo retiradas e aprendidas, com posterior processo de doação pelo Ibama a entidades beneficentes. Na área, não existe plano de manejo florestal sustentável (PMFS) e toda a madeira é retirada, saindo ilegalmente.

Os infratores, ao serem interrogados preliminarmente, informaram que se negariam a informar a quem se destinava a madeira, dizendo aos agentes federais que, caso declinassem nomes, não “durariam muitos dias”, seriam executados pelos madeireiros, pois, nesse ramo, existe muita violência que, por vezes, nem sequer chega ao conhecimento das autoridades constituídas.

Também disseram, sem nenhuma base fática, que estavam comprando a madeira de “algum sitiante”, de quem que não sabiam o nome, e que a madeira seria vendida na cidade de Colniza, aonde chegariam com o caminhão de tora, às vezes, uma imensa julieta (caminhão duplo), quando, então, alguém comprava para alguma madeireira de proprietário desconhecido.

O que se pode observar, ainda na cidade de Colniza, é que caminhões sem a menor condição de trafegabilidade, muitos sem placas e extremamente velhos, transportam livremente a madeira sem ser detidos pelas autoridades de trânsito, que, com medidas administrativas, poderiam reprimir a atividade criminosa.

Conforme fontes da Polícia Federal e do Ibama, esse tipo de operação será intensificada na região, decretando-se “tolerância zero” ao comércio clandestino de madeiras, sendo os extratores enquadrados criminalmente, além dos crimes ambientais, nos crimes de furto e formação de quadrilha, considerando-se a integração entre extratores de madeira, transportadores e madeireiras, uma vez que a maioria da madeira extraída é oriunda de terras que não pertencem aos envolvidos.

Várias madeireiras da cidade de Colniza foram visitadas por policiais federais e fiscais do Ibama, sendo aplicadas diversas notificações e multas em virtude de várias irregularidades constatadas.

 
 

Fonte: Ibama

 
 
 
 

 

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