Ibama flagra desmate de 1,2 mil ha em Altamira e
pode voltar a apreender gado no Pará

Belém (29/06/2011) – O Ibama interrompeu há uma semana (21/06) um grande desmatamento dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará. No local, distante apenas dois km do Parque Nacional da Serra do Pardo, os fiscais encontraram mais de 1,2 mil hectares de florestas já destruídos. Dois envolvidos no desmate foram multados cada um em R$12,3 milhões e conduzidos à Polícia Federal, onde responderão criminalmente pelos danos ao meio ambiente.

Os agentes chegaram à área de helicóptero, depois de identificar o desmatamento por meio de imagens de satélite. “Essa região é importante para a proteger reservas de grande valor ambiental para o país, como a Estação Ecológica da Terra do Meio. Apesar disso, as árvores estavam sendo derrubadas sem autorização ambiental, em rítmo acelerado, com o emprego de cerca de 30 motosserristas”, disse o coordenador da ação do Ibama, o analista ambiental Alessandro Queiroz.

Um dos dez municípios que mais desmatam no Pará, Altamira teve cerca de 900 cabeças de gado apreendidas durante a operação Disparada, deflagrada no final de março deste ano para combater a pecuária em áreas embargadas na Amazônia Legal. Após a primeira investida da operção, quando 1,4 mil animais foram apreendidos só no Pará, o órgão ambiental interrompeu as apreensões e firmou um pacto pelo desmatamento zero. Além de Altamira, municípios da região de Redenção e São Félix do Xingu, também alvos da operação Disparada, firmaram o compromisso com o Ibama.


“Com o surgimento de novos desmates, essas regiões voltam a ser prioritárias para novas apreensões de gado”, avisa o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Maués. No mês de maio de 2011, o Inpe detectou o desmate de 65,5 Km2 de florestas no Pará, o terceiro maior entre os estados da Amazônia, atrás de Mato Grosso (93,7) e Rondônia (67,9). Ainda assim, haverá aumento da fiscalização no Pará, com a chegada de mais fiscais vindos de vários estados do país.

Novos desmates

Os fiscais também flagraram um desmatamento com 101 hectares em Floresta do Araguaia, a 130 km de Redenção, no sudeste do estado. Dois tratores de esteira D60, uma caminhonete F 1000 e uma motosserra foram apreendidos na propriedade. O dono da área está sendo procurado e será multado em cerca de R$ 500 mil. Próximo dali, o Ibama ainda apreendeu outro trator de esteira desmatando cerca de dois hectares de vegetação de transição entre cerrado e floresta amazônica. O proprietário, além de perder a máquina, acabou autuado em R$7,8 mil.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA
foto: Alessandro Queiroz – Ibama

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Ibama desmonta madeireiras de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará
Belém (30/06/2011) – O Ibama iniciou na manhã desta quinta-feira (30/06) a retirada do maquinário e da madeira ainda existente nas 12 madeireiras instaladas em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Com vasto histórico de ilegalidades contra o meio ambiente, elas tiveram suas licenças ambientais estaduais cassadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) a pedido do órgão ambiental federal. Todos os equipamentos e produtos florestais serão destinados à prefeitura de Vigia e ao Exército, que, após a conclusão do processo de doação, utilizarão os bens em obras sociais no estado.

Com o desmonte, extingue-se o pólo madeireiro ilegal de Nova Ipixuna, onde há cerca de um mês assassinaram os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. “Esperamos que uma nova geração de madeireiras, comprometida com a lei e o meio ambiente, surja no lugar desta, que, apesar das constantes multas impostas, sempre persistiu nas atividades ilegais”, disse o gerente do Ibama em Marabá, Paulo Vinícus Marinho, que coordena a desativação das empresa, ação que faz parte da operação Disparada.

Os antecedentes das madeireiras incluem 122 autos de infração, que somam R$ 5,1 milhões em multas aplicadas pelo Ibama entre 2006 e 2010. São multas por venda e depósito de madeira ilegal; falta de licença ambiental; não cumprimento das exigências das licenças obtidas; recepção de madeira de desmatamento e de explorações ilegais de florestas em terras públicas e privadas, e ainda o corte e comercialização de castanheiras, espécie protegida por lei contra o uso madeireiro.

Ao todo, serão desativadas as empresas: Madeireira Bom Futuro Ltda, MP Torres e Cia Ltda, Madeireira Belmonte Ltda, Tedesco Madeira Ltda, Madeireira Eunápolis Ltda, Serraria Tico Tico Ltda, Sandra Coelho Santos Madeireira Ltda, Paulo Mendes Souza e Cia Ltda, Manoel Acácio Carneiro ME, PH Laminados e Compensados Ltda, Gilmar Rodrigues Silva ME e NS Filofo.

O desmonte do maquinário deve durar uma semana e acontece com apoio logístico do Exército e de equipes do Batalhão de Polícia Ambiental de Belém, Polícia Rodoviária Federal de Marabá, Força Nacional e Polícia Federal. A frente em Nova Ipixuna da operação Disparada, que chegou à região no final de maio, já aplicou R$ 3,3 milhões em multas, apreendeu 770 m3 de madeira em tora, 630 m3 do produto serrado, embargou 315 hectares de áreas desmatadas e destruiu dezenas de fornos de carvão no Assentamento Praialta-Piranheira. A operação Disparada permanece na região por tempo indeterminado.
Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA

 
 

Fonte: Ibama

 
 
 
 

 

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