CADERNO DE MEIO AMBIENTE
POLUIÇÃO
SONORA
APRESENTAÇÃO
A poluição sonora é um dos problemas
ambientais mais freqüentes nas cidades e que gera grande
número de incômodos e reclamações.
A prevenção
e o controle da poluição sonora são
tarefas que cabem a todos: à administração
pública, por meio da fiscalização,
dos plantões voltados para o controle de atividades
noturnas e da educação ambiental. Cabe também,
a cada cidadão consciente da importância do
silêncio para a saúde, tomar os cuidados que
estiverem a seu alcance para reduzir o barulho na cidade.
Este Caderno de Meio Ambiente
trata da poluição sonora, suas origens, efeitos
na vida das pessoas e formas de controle. Constitui uma
iniciativa da Administração Municipal que
vem aprimorando a Lei Ambiental e a Legislação
de Uso e Ocupação do Solo, intensificando
a fiscalização, equipando-se com os instrumentos
necessários, montando plantões noturnos e,
por meio da educação ambiental, contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida em Belo Horizonte.
Eduardo Azeredo
Prefeito de Belo Horizonte
MAIO DE 1992
1 – O SOM DA NATUREZA
O som é parte fundamental das atividades dos seres
vivos e dos elementos da natureza. Alguns sons são
mais facilmente identificáveis pelos seres humanos,
tais como o som do vento em meio às folhagens, entre
as rochas ou frestas de um telhado; o som dos animais (aves,
rãs, grilos...). Há uma infinidade de sons
na natureza e nem todos são percebidos pelos nossos
ouvidos. Com exceção das trovoadas, das explosões
vulcânicas e das grandes cachoeiras, poucos ruídos
atingem níveis de intensidade elevados.
Cada som tem um significado
específico conforme as espécies de seres vivos
que os emitem ou que conseguem percebê-los. Podem
significar alegria, medo, alerta, chamamento, etc. muitos
animais utilizam sons característicos para atrair
seus companheiros na época do acasalamento ou defender
seu bando frente aos perigos. O som é um importante
fator de interação e socialização
entre os seres vivos e destes com seu meio. Os morcegos,
por exemplo, emitem freqüências mais elevadas
que os sons para melhor se localizarem e não se chocarem
com obstáculos durante os vôos.
Nós seres humanos,
além dos sons que produzimos por meio de nosso próprio
corpo, como a voz, os assobios, palmas e passos, usados
para nos comunicarmos e relacionarmos, também produzimos
outros tipos de sons, decorrentes da nossa ação
de transformação dos elementos naturais.
Criamos instrumentos musicais
e músicas, fazemos máquinas e equipamentos
diversos.
Trabalhando, brincando,
estudando ou festejando, sempre produzimos e convivemos
com os mais variados sons. Vivemos em grupos, em comunidades,
sejam rurais ou urbanas, pequenas ou grandes, com atividades
interdependentes e compartilhamos os resultados das nossas
ações, inclusive os sons.
Os seres humanos se colocam
em estado de alerta e instintivamente preparam-se para enfrentar
ou fugir do perigo. Hoje, com a variedade e a constância
de sons de intensidades elevadas, as pessoas tendem a se
manter alertas contra um “perigo indefinido” e, mesmo não
tendo consciência disso, ficam muito “estressadas”
pela elevada freqüência em que ocorrem.
Muito cedo nas nossas vidas,
desde o útero onde fomos gerados, aprendemos a identificar
o significado e a origem de cada som. A voz da mãe
conforta o bebê, a caixinha de música faz companhia
e o acalanto serve para ninar.
No nosso cotidiano, situações
de relativo sossego são raras. Situações
de quase silêncio absoluto só são conseguidas
com grande dificuldade e artificialmente, em câmaras
à prova de som, em laboratórios.
Os sons são energias que emitem os corpos em vibração.
Mesmo qualquer deslocamento de ar, ou mínimo movimento,
é gerador de sons. Mesmo sem desejar ou perceber,
estamos sempre ouvindo algum som. A audição
não pode ser “desligada” à vontade, como fechar
os olhos para não ver. Normalmente, não podemos
escolher entre ouvir ou não um determinado som.
No nosso dia a dia, o som
é sinal da existência de movimento, de vida,
de energia ou da presença do outro.
2 – O SOM E A AUDIÇÃO
Um som pode ser melodioso,
leve, agradável ou disperso em espaços amplos
e, até uma certa intensidade, pode não causar
efeitos negativos sobre as pessoas.
Os sons se propagam na forma de ondas através de
diversos meios, como pelo ar, água, metais e até
mesmo pelo solo, onde pode ocorrer vibração.
Variam de intensidade conforme a fonte e o meio onde são
propagados, dissipados, refletidos ou absorvidos. Geralmente,
é através do ar que as ondas sonoras chegam
aos nossos ouvidos, por isso o ar é o principal meio
de propagação.
São delicados os
mecanismos do ouvido e complexos os meios do sistema nervoso
captar e identificar as ondas sonoras, sobretudo no ser
humano.
O ouvido funciona de forma
tal, que o som é captado com auxílio da orelha,
penetra pelo canal auditivo e faz vibrar a finíssima
membrana do tímpano. Esta transmite as vibrações
aos três ossos do ouvido médio que, tocando
um no outro, adaptam as vibrações para o ouvido
interno. Chegando à cóclea ou caracol, as
vibrações são separadas em faixas,
como as notas musicais e depois transmitidas ao nervo auditivo
através de suas células, que as transformam
em impulsos nervosos que alcançam áreas bem
definidas no cérebro. Só então, podemos
perceber o som, quando estamos atentos.
Esse processo todo se dá
em uma pequenina fração de segundo e permite
que escutemos variados sons, no instante seguinte em que
acontecem.
A audição,
como quase todos os sentidos, contribui também para
excitar um núcleo no cérebro, chamado Formação
Reticular. A Formação Reticular, por sua vez,
controla a contração muscular ou os movimentos
voluntários e a atividade geral do cérebro,
determinando nosso estado de estar acordado ou dormindo.
A audição
tem relação com o nosso corpo inteiro e com
o ambiente onde vivemos, porque completa a comunicação
imediata através da fala. As pessoas escutam e reagem
diferentemente em relação aos sons, dependendo
de sua constituição física, idade,
sexo, condição sócio-cultural, estado
psicológico e muitos outros aspectos que precisam
ser melhor conhecidos.
3 – DO SOM AO RUÍDO
Som pode ser definido como
uma forma de energia proveniente de um corpo emitindo certos
movimentos vibratórios harmônicos que se propagam
em meios elásticos e que se podem ouvir*.
Há momentos em que
os sons podem não ser bem recebidos pelas pessoas
que os ouvem e, nesse contexto, eles são chamados
de ruído ou de barulho. O ruído é uma
mistura de tons, que não seguem nenhuma harmonia
e cujos componentes não são facilmente discriminados
pelo ouvido humano.
Mas, se um som é
tido como desagradável, as pessoas a ele submetidas
o chamam de barulho, Os ruídos afetam diferentemente
os seres vivos, mas apenas começamos a saber como
as vibrações sonoras interferem nas suas condições
de vida. Desta forma, usamos dizer que ruídos são
sons não desejados pelos ouvintes e que causam efeitos
negativos sobre as pessoas e os demais seres vivos. O que
para um ouvinte pode ser uma informação importante,
para outro pode ser um som indesejável.
Pesquisas têm sido
realizadas com animais e plantas para buscar mais dados
a respeito. Segundo os zoólogos, o ruído das
cidades dificulta a adaptação de animais ao
cativeiro. Pesquisadores dos EUA observaram as reações
de planas herbáceas, de folhagem colorida, chamadas
coleus, e muito comuns em nossos jardins. Os resultados
mostraram que, expostas ao ruído excessivo, continuamente
durante seis dias, as plantas tiveram uma redução
de 47% no seu crescimento, devido à perda de água
através das folhas.
O ruído pode ser
instantâneo, como o causado pelo tiro de um canhão,
ou prolongado, como a serra em funcionamento.
Também os sons musicais
podem tornar-se prejudiciais quando de grande intensidade,
como ocorre nas discotecas, e mesmo assim capazes de fascinar
a juventude e de causar surdez, temporária ou permanente.
O ruído é
relativo a vários fatores. Mesmo os sons considerados
“normais”, ou seja, que não apresentam intensidade
elevada, ou desarmônicos, são muitas vezes,
indesejáveis ou importunos e constituem ruído.
Um simples murmúrio é desagradável
enquanto se assiste a um filme ou uma aula, porque desvia
a atenção. Por outro lado, o gotejar de uma
torneira, que pode ser considerado ruído durante
a noite, nem é percebido durante o dia, quando se
mistura aos outros sons.
Fato curioso é que
os ruídos produzidos por nós mesmos, pouco
nos incomodam. O apito de um guarda de trânsito, por
exemplo, não lhe causa o mesmo incômodo que
aflige motoristas e transeuntes. Da mesma forma o barulho
alucinante de uma moto sem silencioso é considerado
um ruído “normal” por quem o está provocando.
A tolerância das
pessoas ao ruído parece variar também com
a idade, sendo que o jovem parece conviver melhor com as
situações barulhentas e ruidosas.
Dessa forma, a ação perturbadora do som depende
de:
· suas características,
como intensidade e duração;
· a intensidade auditiva das pessoas, variável
de uma para outra;
· a fonte causadora, que pode ser atrativa ou não,
como uma discoteca;
· sua qualidade, se grave ou agudo;
· sua mensagem, traduzindo uma informação;
· sua melodia, evocando emoções e recordações,
etc.
No Brasil, o desenvolvimento
tecnológico ainda não foi acompanhado pelo
controle a prevenção das poluições,
especialmente as causadas pelo ruído. Ao contrário,
muita gente chega a relacionar barulho com progresso, consumismo,
hábito, moda e diversão. Há quem fale
em “culto ao ruído”, onde até os jogos e brinquedos
preferidos pelas crianças são barulhentos.
O mesmo acontece com os jovens que, idolatrando o barulho,
circulam pelas ruas a bordo de motocicletas com escapamentos
abertos, com walk-man ou toca-fitas em alto volume.
Um grande número
de pessoas é estimulado a consumir carro, TV, rádio,
gravador e toca-discos, se contentando com simples aparelhos,
mas os mais barulhentos, sem a devida preocupação
com distúrbio que ruído deles causa nos outros.
O consumo de bens materiais passa a ser uma forma de preencher
vazios afetivos e emocionais das pessoas. O resultado é
uma mistura de sons transformados em ruídos, que
toma conta de tantos espaços da vida nas cidades,
que as pessoas precisam de níveis cada vez mais elevados
para escutarem e identificarem os sons habituais.
É comum entre
nós a crença de que, à medida que as
pessoas envelhecem, vão perdendo a audição**.
Estudos junto a tribos indígenas, que vivem em ambientes
silenciosos e dependem do ouvido para a sobrevivência,
mostram que eles conseguem perceber movimentos e sons mínimos,
que são sinal da presença de caça ou
de perigo, e além disso, ignoram a possibilidade
de ficarem surdos por envelhecimento.
Estamos cada dia mais distantes
dos sons da natureza. Não percebemos mais o vento,
os grilos, as aves e os córregos, com os quais convivemos
nas áreas urbanas. Freqüentemente escutamos
nossos vizinhos quando eles são mais barulhentos
que nós. As crianças também ficam agitadas
e barulhentas, frente aos muitos estímulos e os sons
estridentes dos brinquedos, aparelhos domésticos
e todos os outros equipamentos urbanos. As pessoas não
aprendem a perceber os sons mais amenos e diferentes dos
costumeiros e acabam acostumando-se a certos ruídos
de intensidades elevadas.
4
– POLUIÇÃO SONORA E AS FONTES DE RUÍDO
O excesso de ruídos
é uma grave alteração da qualidade
do ambiente, chamada por isso mesmo de poluição
sonora. A grande concentração de fones de
ruído nas áreas urbanas representa sério
problema a ser solucionado. No Brasil, as cidades tidas
como as mais barulhentas são as capitais, com especial
destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte,
onde a situação é grave e já
foram iniciados levantamentos e ações práticas
para o controle desse tipo de poluição.
Até o lar, que é
local de repouso e refúgio, frente às pressões
do dia a dia, está submetido a altas doses de ruídos.
As principais fontes de
ruído em áreas urbanas são:
· trânsito
de veículos, com o ruído dos motores, escapamentos,
buzinas, sirenes e até o atrito com a pavimentação;
· as obras, as construções
de prédios e a abertura e recuperação
de vias e outros espaços públicos, desde bate-estacas,
marteletes, até serras de vários tipos;
· as indústrias,
com ruídos internos e externos, desde as sirenes
e compressores até o maquinário que utilizam;
· comércio
e os serviços, que funcionam em espaços sem
proteção acústica e, muitas vezes,
trabalham com altos níveis de ruído, até
como propaganda;
· as máquinas
e equipamentos de maneira geral, usadas nas atividades mais
diversas, inclusive os eletrodomésticos e brinquedos;
· aparelhos de som
nas academias de ginástica e de dança, e nos
templos religiosos, que irradiam a vibração
por toda a vizinhança.
Cada dia torna-se necessário
identificar e controlar os níveis de ruído
e melhorar a forma como interferem na qualidade de vida
e no nosso descanso. Para isso, é fundamental o interesse
e a participação de todos, com especial atenção
aos órgãos públicos, empresas e aos
profissionais mais ligados a esses estudos para estabelecer
novas normas e fazer cumprir as leis que regulam essas situações*.
O quadro a seguir lista
índices de intensidade dos ruídos de algumas
fontes mais comuns, nas atividades urbanas de Belo Horizonte,
cidade onde mais da metade das reclamações
da população relativas à poluição
ambiental, referem-se à poluição sonora.
Para medirmos o nível
de intensidade dos sons, usamos uma unidade chama decibel
(dB), em homenagem a Alexander Graham Bell, o inventor do
telefone. Um decibel é a menor intensidade de som
que conseguimos escutar.
CARACTERÍSTICA
SONORA DE ALGUMAS FONTES DE RUÍDO
|
|
|
avião a jato a 5m |
140 – 130 |
acima do limiar da dor produzindo
surdez permanente |
discoteca britadeira a 5m martelo
pneumático a 5m impressora de jornal a 5m
buzina de automóvel a 5m |
130 – 110 |
desconfortamento alto, atingindo
o limiar da dor e, muitas vezes, surdez instantânea. |
caminhão pesado a 5m
moto sem silencioso
serra elétrica a 5 m
caminhão betonteira a 5m |
110 – 90 |
extremamente excitante, provocando
dependência |
tráfego, sentido nas
ruas e até no interior das casas
despertador a 1m
televisão a 2m
lavadora de roupas a 1m
lavadora de pratos a 1 m |
90 – 70 |
estressante e bastante excitante,
levando ao prazer ao início da dependência. |
descarga de toalete mal planejada
a 10m
tráfego leve repercutindo no interior das
casas
conversação a 5m |
70 – 50 |
aceitável, mas marca
o início do estresse auditivo |
ambiente calmo |
50 – 30 |
confortável |
vento suave- cochicho no ouvido-
balançar das folhagens |
30 – 10 |
silencioso |
|
0 |
teoricamente o início
da nossa capacidade de audição. |
Recomenda-se o nível
de 40 dB (A) para o descanso e o sono, permitindo variação
de 35 e 45, conforme Associação Brasileira
de Normas Técnicas, seguindo orientação
da Organização Mundial de Saúde. Os
ruídos com intensidade de até 55 dB (A) não
causam problemas graves às pessoas, mas a partir
deste nível há início do estresse auditivo,
cujas conseqüências são incômodo,
fadiga, insônia e outros sintomas.
Acima de 80 dB (A), a saúde
é afetada profundamente, mas os efeitos variam com
o tempo que as pessoas ficam expostas ao ruído e
são cumulativos. Para a maioria das pessoas, o nível
de 120 dB (A) já provoca dor, portanto causando surdez
nervosa irreversível.
Em Belo Horizonte, a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, concluiu ser o trânsito
a principal fonte do ruído urbano. A média
geral diurna externa encontrada foi de 69,5 dB (A). Apesar
deste valor estar próximo dos padrões aceitáveis,
a cidade pode ser considerada barulhenta, pois é
apenas aceitável e em sete das quatorze zonas comerciais
e residenciais, justamente as mais populosas, a média
está acima de 70 dB (A), causando muita excitação,
estresse e dependência. Os níveis e ruído
estão acima do confortável e de todos os valores
estabelecidos pelas legislações ou normas
específicas, municipal ou dos organismos nacionais
e internacionais.
“Conforme estes resultados,
a área central da cidade, a Rua Pe. Eustáquio,
a rua Pe. Pedro Pinto (Venda Nova), Av. Pedro II, Av. Antônio
Carlos, Av. Amazonas e o Anel Rodoviário são
considerados os locais mais críticos”*.
Em locais especiais, tais
como as proximidades dos hospitais das Clínicas,
São Lucas, Santa Casa de Misericórdia, São
Francisco e São Sebastião e das escolas estaduais
Bueno Brandão e Barão do Rio Branco, foram
encontrados níveis de ocorrências sonoras que,
embora não estejam entre os mais elevados em decibéis,
representam sérios problemas se considerarmos que
as atividades ali desenvolvidas exigem silêncio e
concentração.
5
– TRÁFEGO E POLUIÇÃO SONORA
Os veículos automotores
são as principais fontes de poluição
sonora nos centros urbanos. Os veículos brasileiros
são barulhentos devido aos seus motores que, mesmo
novos, saem de fábrica produzindo uma intensidade
de ruído muito acima do aceitável. A forma
como são concebidos os motores, a falta de isolamento
acústico adequado do próprio motor e dos escapamentos,
as buzinas estridentes e indiscriminadamente usadas, fazem
com que esses veículos sejam geradores de excesso
de ruído.
As ruas e avenidas que
concentram grande movimento de veículos são
os principais focos de poluição sonora nas
áreas urbanas. Considerando a nossa arquitetura e
urbanismo, nossas ruas e prédios viraram verdadeiras
caixas de ressonância acústica, aprisionando
e refletindo o barulho. O ruído e a poluição
atmosférica, decorrente da queima de combustíveis
– gasolina, diesel e álcool – representam grave problema
ambiental.
Os veículos em circulação
no Brasil são, em sua maioria, antigos – com mais
de dez anos de funcionamento e, além disso, com motores
desregulados e escapamentos estragados, devido ao descuido
e deseducação de grande parcela dos motoristas.
Os efeitos dessa situação
são desastrosos, quando somados ao desinteresse dos
empresários de transportes coletivos e de cargas
em renovar sua frota de veículos com modelos mais
modernos e silenciosos, e à desinformação
e ao cansaço dos motoristas, submetidos à
intensa jornada de trabalho – e até horas extras
– em contato com equipamentos tão barulhentos.
Muitos acreditam precisar
de um veículo para atender às suas necessidades
pessoais e familiares, frente ao ritmo frenético
das atividades das grandes cidades.
Belo Horizonte conta hoje com uma frota de mais de 600.000*
veículos, sendo a grande maioria constituída
por carros particulares e em situação precária
de funcionamento.
A concentração
das principais atividades urbanas em alguns horários
e locais do município, o estacionamento regular e
irregular e o estado da pavimentação, fazem
com que sejam freqüentes e os congestionamentos de
tráfego nas principais vias públicas, que
somam aos ruídos dos motores e das buzinas dos motoristas
impacientes e estressados.
Por contraditório
que pareça, também as sirenes de ambulâncias
e viaturas policiais contribuem, significativamente, para
a poluição sonora nas áreas hospitalares,
que recebem um grande número de casos para atendimento
urgente. Alternativas como sirenes menos estridentes ou
o não uso das mesmas, sobretudo próximo aos
hospitais e prontos-socorros, poderiam ser analisadas.
Quanto mais intenso o tráfego,
mais barulho. Quanto mais barulho mais estresse. Quanto
mais estressados, mais desgastados, irritados, cansados,
desatentos e dispersos ficamos. Em tal situação,
os riscos de ocorrerem acidentes são bastante elevados.
Sugestões para evitar
a poluição sonora no trânsito:
· manter o motor
dos veículos regulados;
· trocar os silenciosos do escapamento sempre que
começarem a estragar;
· evitar acelerar, sem necessidade, os veículos
parados nos sinais;
· só buzinar em emergências, conforme
prevê a lei de trânsito;
· e, se a situação financeira permitir,
comprar um carro mais silencioso.
6
– EFEITOS DO RUÍDO
Quando chegamos ao final
de um dia de atividades normais, estamos mais cansados do
que poderíamos imaginar, com um cansaço que
costumamos dizer que “é mais mental do que físico”,
porque ele não tem causa definida, específica.
Esse cansaço da vida urbana, chamado estresse, é
a tensão orgânica, mental e psicológica
que resulta da soma de fatores ambientais e sociais. É
a combinação de uma série de aspectos
do nosso cotidiano, que vão desde alimentação,
trabalho e transporte até o descanso e o lazer.
Nesse contexto, o ruído
é elemento importante que, dependendo de sua natureza,
intensidade e duração, pode gerar para o indivíduo
e a coletividade, incômodos capazes de interferir
em nossas atividades, no sono, no comportamento e, consequentemente,
na saúde.
Uma população
exposta a ruídos que podem atingir até 100
decibéis, está sujeita a dores de cabeça,
distúrbios gástricos, zumbidos e deficiências
auditivas, insônia, irritabilidade e tendência
a comportamentos agressivos. Nas escolas “barulhentas” é
comum a existência de alunos dispersos ou agitados,
cujos professores precisam se esforçar muito mais
para ensinar, porque a dificuldade dos alunos em aprender
é maior que em escolas silenciosas.
Pessoas submetidas a períodos
de ruído intenso, seja no trabalho ou em outros locais,
são comumente acometidas por surdez temporária,
que as impede de ouvir os sons de intensidade normal, durante
um determinado tempo. Cada vez que esse processo se repete,
contribui para que a perda auditiva seja definitiva. Só
percebemos quando já perdemos grande parte da nossa
capacidade de ouvir.
Além disso, muitas
vezes o ruído interfere na comunicação,
sendo fácil perceber que passamos a falar mais forte
do que o necessário, para superar o barulho ambiental,
mesmo assim com compreensão precária.
Assim, um ruído
pode gerar outro, tendo como conseqüência um
aumento no índice de poluição sonora,
para o qual, muitas vezes, estamos “anestesiados” mas cujos
efeitos indiretos sentimos ao final do dia, quando chegamos
em casa cansados e perdemos o sono.
Se até nos locais
onde procuramos nos divertir e descansar estamos expostos
a ruídos excessivamente intensos é mais difícil
relaxar e, sem perceber, podemos continuar cansados. E pior,
o ruído passa a ser a energia que nos movimenta,
deixando-nos agitados, sem poder de reflexão.
Quando prestamos atenção,
percebemos que cada som nos traz imagens, lembranças
ou idéias das coisas. Se escutamos um apito, por
exemplo, mesmo sem ver de onde vem, imaginamos quem apitou.
Intuitivamente ficamos alertas e buscamos, nas nossas lembranças,
saber sua origem: o guarda de trânsito ? As crianças
brincando ? Qual sua razão ?
Temos incontáveis
imagens auditivas gravadas em nossa mente, relacionadas
às experiências de vida e lembranças
guardadas. Quanto mais estímulos auditivos recebemos,
através de sons conhecidos ou não, maior a
tendência de ficarmos alertas, “ligados” e dificilmente
descansamos.
Além disso, não
devemos esquecer que o ruído atua acompanhado de
outros problemas ambientais e que devemos buscar formas
de superar todos eles. A descoberta de novas maneiras de
evitá-los vai depender de repensarmos nossas ações
individuais e coletivas, na busca de novos valores e hábitos
de vida.
7
– COMO EVITAR A POLUIÇÃO SONORA
Quantas vezes reclamamos
de determinados barulhos mas, mesmo sem sentir, nos comportamos
de tal maneira que produzimos o mesmo ruído ?
A audição
é um dos sentidos que nos põem em contato
com nossos semelhantes e com a natureza. E, por ser parte
integrante da nossa vida, nascemos e convivemos com sons
e ruídos e acabamos, perigosamente, por nos acostumar
à maioria deles.
Como parte dos ruídos
existentes na cidade pode ser diminuída ou mesmo
evitada, precisamos prestar mais atenção ao
que nos acontece todos os dias.
Temos que parar, escutar
o que está dentro e fora da gente. É como
se fosse um exercício no sentido de testemunhar o
que está acontecendo conosco e com o nosso ambiente,
com as pessoas ao nosso redor e que, geralmente, não
percebemos.
O ambiente é o resultado
concreto de cada gesto nosso, das relações
que estabelecemos com a cidade, a escola, a casa, o trabalho,
as pessoas, plantas e animais, a água, o solo, o
ar, com tudo enfim.
Portanto, precisamos repensar
as relações que fazemos entre os sons, ruídos
e nosso ambiente. E mais, sugerir a outras pessoas como
elas podem também testemunhar suas ações
e contribuir para evitar a poluição sonora.
Juntos podemos encontrar
os caminhos, porque, no fundo, todos sentimos a necessidade
de compartilhar os benefícios de um meio ambiente
saudável e dias mais tranqüilos.
8
– CONTROLE DO RUÍDO
Conhecendo os problemas
causados pela poluição sonora, precisamos
adotar medidas de controle do ruído. Para isso, desde
a década de 70, esse tema vem sendo tratado na leis
ambientais do país.
Existem leis e decretos
a nível federal, estadual e municipal, que definem
limites à emissão de ruídos e estabelecem
medidas para proteger a coletividade dos efeitos danosos
da poluição sonora.
Neste sentido, são
significativas a Portaria 092, de 19.06,80, do Ministério
do Interior e, mais recentemente, a Resolução
nº 01, de 08.03.90, do Conselho Nacional de Meio Ambiente
– CONAMA, que estabelecem padrões, critérios
e diretrizes para a emissão de ruídos, em
decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais,
sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política.
A NBR nº 10.151, de
1987, da Associação Brasileira de Normas Técnicas,
dispõe sobre níveis de ruídos na comunidade
e a nº 7.731 trata dos equipamentos e método
utilizado para medição e avaliação
dos níveis de som e ruído.
A Portaria nº 3.214,
de junho de 1978, do Ministério do Trabalho define
níveis máximos de ruídos em função
do tempo de exposição, para ambientes internos.
No âmbito do Município
de Belo Horizonte, a Lei Orgânica Municipal, no inciso
III do art. 153, estabelece que são vedados no território
municipal a emissão de sons, ruídos e vibrações
que prejudiquem a saúde, o sossego e o bem-estar
público.
O Decreto Municipal 5.893,
de 16 de março de 1988, que regulamentou a Lei Municipal
4.253, de 04 de dezembro de 1985 (Lei Ambiental de Belo
Horizonte), estabeleceu limites máximos de incidências
sonoras, de acordo com a zona em que se localiza o agente
receptor e com o horário das mesmas.
NÍVEIS MÁXIMOS DE SOM, EM dB (A)
ZONA DE USO E OCUPAÇÃO
DO HORÁRIOS
SOLO DA PROPRIEDADE ONDE DIURNO VESPERTINO NOTURNO
SE DÁ O SUPORTO INCÔMODO (#)
Zonas Residenciais 1 e 2
55 50 45
Setores Especiais 1 e 2
Zonas Residenciais 3, 4, 4 A, 4 B, 5
60 55 50
Setor Especial 4
Zona Residencial 6
65 60 55
Zona Comercial 1
Zonas Comerciais 2, 3, 4, 5 e 6
Zona Industrial 70 60 60
Setor Especial 3
(#) Fonte: Lei Municipal
4034 de 25/03/85 (Vide anexo 1)
Para efeito de aplicação
destes limites máximos permitidos, considera-se como
período diurno o compreendido entre 7 e 19 horas;
vespertino, o compreendido entre 19 e 22 horas; noturno,
o compreendido entre 22 e 7 horas.
Aqueles que emitem ruídos
além dos limites acima descritos estão sujeitos
a penalidades que vão desde multa no valor de 01
(uma) a 700 (setecentas) Unidades Fiscais Padrão
da Prefeitura de Belo Horizonte – UFPBH, a suspensão
da atividade até que seja sanada a poluição
sonora e cassação de licenças concedidas
pela Prefeitura de Belo Horizonte.
As penalidades são
aplicadas de acordo com a gravidade da infração.
A Deliberação
Normativa do Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMAM
– nº 01/88 definiu as infrações na seguinte
escala:
· até 10 dB
acima do permitido – infração de natureza
leve;
· de 10 dB a 40 dB acima do permitido – infração
de natureza grave;
· mais de 40 dB acima do permitido – infração
de natureza gravíssima.
A penalização
dos infratores da Legislação Ambiental também
corrige problemas de poluição sonora. Havendo
reincidências nas infrações, as multas
vão sendo dobradas, podendo chegar ao fechamento
dos estabelecimentos que causam poluição.
A administração
municipal vem desenvolvendo uma série de ações
locais em Belo Horizonte para reduzir a poluição
sonora. Entre elas, destacam-se:
· programas de educação
ambiental, edição de informações
e sua disseminação por meio da imprensa e
de comunicação de massa;
· melhoria da fiscalização,
com ampliação do quadro de fiscais, aquisição
de equipamentos adequados – Medidores de Pressão
Sonora importados;
· descentralização
do controle da poluição sonora para as Administrações
Regionais, para fornecer atendimento mais rápido
às reclamações;
· melhorias nas leis
de Uso e Ocupação do Solo e Ambiental, visando
evitar que novas atividades barulhentas se localizem em
áreas residenciais;
· descentralização
do controle de fontes móveis, como veículos
portadores de equipamentos de som;
· adoção
de procedimentos visando o controle da poluição
sonora nas proximidades de hospitais, escolas, creches e
asilos;
· aprimoramento do
controle de ruídos provenientes de veículos
automotores e das demais fontes poluidoras urbanas.
Para efetuar uma reclamação,
o cidadão deve dirigir-se à Administração
Regional onde se localiza o incômodo causado pela
poluição sonora ou, na sua ausência,
diretamente à SMMA, Departamento de Controle Ambiental,
munido de informações que serão fundamentais
para a fiscalização, tais como: nome, endereço
e atividades exercidas pelo agente poluidor, os horários
e dias da semana em que se dá o incômodo e
a forma na qual a poluição se manifesta (serra
elétrica, música, motor, algazarra de fregueses
e outros), nome, endereço e telefone do reclamante.
Com esses dados preenche-se um formulário, que é
encaminhado ao Serviço de Fiscalização.
Um fiscal é encarregado de vistoriar as instalações
do estabelecimento, realizar sindicâncias junto à
comunidade circunvizinha ao local da reclamação
e efetuar a medição do nível de pressão
sonora com o uso do aparelho adequado. É importante
que o reclamante receba bem o fiscal pois as medições
são efetuadas no interior da residência.
Em seguida, o fiscal elabora
um relatório e ocorre a abertura de processo administrativo.
Há uma tramitação interna à
Administração Regional e Secretaria Municipal
do Meio Ambiente que vai resultar na adoção
de medidas previstas pela legislação municipal,
que pode variar desde a multa até a suspensão
das atividades poluidoras.
Desta forma, para assegurar
seu sossego, a coletividade pode acionar diversos órgãos
públicos. (Vide Anexo 2).
9
- BIBLIOGRAFIA
_ALVARES, P.A.S. & PIMENTEL
– SOUZA, F. A Poluição Sonora em Belo Horizonte.
Revista de Acústica e Vibrações, 10,
23-42, 1992.
_BELO HORIZONTE, PREFEITURA.
SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVI-MENTO URBANO. Uso e Ocupação
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1985.
_BELO HORIZONTE, PREFEITURA.
SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, Diagnóstico
de Ruído de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 1988
(mímeo).
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ed. Rio de Janeiro, 1971.
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Administracion Local, 1978.
_CANTRELL, R.W. Noise, biochemical
and sleep effects. The Laryngoscope, LXXXIV, 10 (2 suppl)
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_CERNE, Institut de Recherche
des Nuissances et de l’Energie, Bron, 1975b.
_CHAPON, A. et al: Perturbations
du sommeil par le bruit chez l’habitat. CERNE, Bron, 1972.
_COMPANHIA DE TECNOLOGIA
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e controle de ruído e vibração industrial.
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_CZEILER, C.A. et al. Chronotherapy:
resetting the circadian clocks of patients with delayed
sleep phase insomnia. Sleep. 4:1-22, 1981.
_ DE MARCO, C.S. Elementos
de Acústica Arquitetônica. São Paulo:
Nobel, 1982.
_FISCHER, F.M; GOMES, Jr;
COLACIOPPO, S. (Eds) Tópicos de Saúde do Trabalhador.
Hucitec, São Paulo, 239 p, 1989.
_FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. O Correio.
4(1): 1-34, janeiro 1967.
_GOMES, JR. Saúde
de trabalhadores expostos ao ruído. In: Tópicos
de saúde do trabalhador, Fischer, F.M. et al (Eds)
Hucitec, São Paulo, 157-180. 1989.
_GRANDI, C.M. “Avaliação
e controle de ruído”, Anais do II Congresso brasileiro
de defesa do meio ambiente, Rio de Janeiro – 1987, p. 478-489.
_IPT (Ed.) Tecnologia de
Edificações. PINI, São Paulo, 415-460,
1988.
_JORNAL DE CASA, maio, 1991
(s/d).
_JORNAL DIÁRIO DA
TARDE, Caderno de veículos, 27.04.87.
_JORNAL DIÁRIO DE
MINAS, 21.06.91.
_JORNAL ESTADO DE MINAS,
27.04.87, 16.05.89, 24.09.89, 16.11.90 e 16.05.91.
_JORNAL ESTADO DE SÃO
PAULO, 25.06.91, p. 13.
_JORNAL FOLHA DE SÃO
PAULO, 21.09.86.
_JORNAL MINAS GERAIS, 27.01.89,
p. 10-11 – JORNAL O GLOBO, 13.05.90, p.20.
_KWITKO, A. e PEZZI, R.
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_MORATA, T.C. “Saúde
do trabalhador, uma experiência de conservação
auditiva “e” Programas de conservação auditiva”
Anais do I Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente”.
Rio de Janeiro, 1987.
_MOURET, J. Fondements biologiques
de la privation de sommeil dans le tratement des depressions.
L’Énchephale, VIII, 229 – 250, 1982.
_OLLERHEAD, JB. Noise: How
can the nuisance be controlled ? Appl Ergon 4 (3), 130-138,
quoted from WHO (1980).
_ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE. Problemas de saúde no Meio
Ambiente. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.
_PAIVA, E. & SANTIAGO,
C.H. Os mal-educados atormentam a vida da cidade. Revista
Veja-Minas Gerais, 7 de outubro, 1992.
_PIMENTEL – SOUZA, F. Distúrbios
de Sono é Problema de Saúde Pública.
Jornal “Estado de Minas”, Belo Horizonte, 10 de junho, 1990.
_PIMENTEL – SOUZA, F. Os
efeitos da Poluição Sonora no Sono e na Saúde
em Geral – Ênfase Urbana. Revista de Acústica
e Vibrações, 106, 12-22, 1992.
_REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ACÚSTICA, SOBRAC, nº 8, nov/1990 p. 17-21
e 32-35.
_REVISTA VEJA, 14.08.91.
_SECRETARIA DA CIÊNCIA
E TECNOLOGIA, COMISSÃO DE POLÍTICA AMBIENTAL.
Poluição Sonora. Belo Horizonte, s/d.
_SILVA, P. “Acústica,
plano de ensino para a cadeira de Física Aplicada”.
Tese apresentada a concurso de docência livre da Escola
de Arquitetura, UMG, Belo Horizonte, 1962.
_TERZANO, MG et al. Modifications
of sleep structure induced by increasing levels of acoustic
perturbations in normal subjects. Eletroenceph clin. Neurophysiol.
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_VALLET, M. et al. La perturbation
du sommeil par le bruit de circulation routière.
CERNE – Institut de Recherche de Nuissances et de l’Énergie,
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_VALLET, M. et al. Effects psychophysiologigues des bruits
d’ avions sur le sommeil. CERNE – Institut de Recherche
de Nuissances et de l’Énergie, Bron, 1975b.
_WORLD HEALTH ORGANIZATION.
Noise, WHO, Genève, 103 p., 1980.
10
– ANEXO 1 – ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Setor Especial 1: compreende
espaços, estabelecimentos e instalações
sujeitos à preservação, tais como:
áreas de preservação paisagística
ou de proteção de mananciais, bosques, matas
naturais, reservas florestais e minerais, parques urbanos,
monumentos históricos e áreas de valor estratégico
para a segurança pública.
Setor Especial 2: Compreende
espaços, estabelecimentos e instalações
destinados aos serviços de uso coletivo.
Setor Especial 3: compreende
espaços destinados ao desenvolvimento de projetos
especiais, tais como: implantação de sistema
viário, eixos de transportes ferroviários
ou de massa, áreas destinadas a programas habitacionais,
todos de iniciativa do Poder Público.
Setor Especial 4: compreende
os espaços ocupados por favelas, com população
economicamente carente, observadas as normas constantes
na Lei Municipal nº 3.995, de 16-01-85.
Setor Comercial ou Residencial:
como seus próprios nomes indicam, são de utilização
predominantemente comercial ou residencial. São subdivididas
de acordo com suas formas e seus tipos de ocupação,
bem como com as possibilidades de uso.
Zona Industrial: é
de utilização predominantemente industrial,
podendo, no entanto, haver algum tipo de atividade de apoio.
Por exemplo: comércio, bancos, etc.
ANEXO 2 – RELAÇÃO
DE ÓRGÃOS PÚBLICOS DE BELO HORIZONTE
- MG
Administrações Regionais da Prefeitura – Departamento
de Controle Urbano e do Meio Ambiente:
Administração
Regional Barreiro – Rua Desembargador Ribeiro da Luz, 29
– B. Barreiro de Baixo – Tel: 348-2600
Administração
Regional Centro-Sul – Av. Afonso Pena, 1500 – 2º andar,
Centro – Tel: 238-4721
Administração
Regional Leste – Rua 28 de Setembro, 138 – Esplanada – Tel:
462-2924 / 467-6222
Administração
Regional Nordeste – Rua Queluzito, 45 – B. São Paulo
– Tel: 468-2755
Administração
Regional Noroeste – Rua Lima Duarte, 291 – B. Carlos Prates
– Tel: 468-2248
Administração
Regional Norte - Rua Aloísio Nogueira, 100 – B. Planalto
– Tel: 494-1548, 443-5690
Administração
Regional Oeste – Av. Amazonas, 3311 – B. Barroca – Tel:
334-5448.
Administração
Regional Pampulha – Rua Conceição do Mato
Dentro, 426 – B. Ouro Preto – Tel: 498-2595
Administração
Regional Venda Nova – Rua Padre Pedro Pinto, 1055 – Venda
Nova – Tel: 451-1711, 451-1552
Secretaria Municipal do
Meio Ambiente – Rua Paraíba, 330 – 8º andar
– Tel: 224-0279, 238-4869, 238-4873, 238-4749.
Polícia Militar de
Minas Gerais – Tel: 190
Delegacia da Prevenção
da Qualidade de Vida e Ecologia – Rua Timbiras, 2500 – Tel:
201-1568
FEAM – Fundação
Estadual de Meio Ambiente – Av. Prudente de Morais, 1671
– 2º andar – Tel: 344-6222
Ramais: 128 – Monitoramento Ambiental
158 – Coordenadoria das Curadorias de Meio Ambiente do Estado
de Minas Gerais.
ELABORAÇÃO DO TRABALHO
SUPERVISÃO:
Maurício Andres Ribeiro
equipe TÉCNICA:
Ambrosina Marques
Ângela Alves Lutterbach – coordenação
Cláudia Wanessa Alves
Clóvis Barbosa
Eliana Apgaua
COLABORAÇÃO:
Carlos Jorge
Eliane Apgaua
Helder Neves Torres
Herbe Xavier
José Alfredo Baracho Júnior
Lêda Menezes Brant
Léo Pompeu de Rezende Campos
Manoel L. Cataldo
Marlyana Tavares Gontijo
Pedro Alcântara
Rosa Maria Veríssimo Machado de Sousa
Sérgio Queiroz Franco
Teresa Cristina da Silva
Vicente Tadeu Loyola
AGRADECIMENTOS
Assessoria de Comunicação Social/PBH
Conselho Municipal de Meio Ambiente/COMAM
Secretaria Municipal de Educação/CAPE
AGRADECIMENTO ESPECIAL PELA
REVISÃO
Fernando Pimentel – Souza
DIGITAÇÃO:
Iona Esmeralda Cunha
Jesuína G. Lopes Barboza
Maria Geralda
Fátima da Silva
Rosângela de Jesus Senra Lins
EDITORAÇÃO
E DESENHOS:
Processamento de Dados do Município de Belo Horizonte
S.A. - PRODABEL
MEIO AMBIENTE – a qualidade
por inteiro
Mais competitividade implica
ter condições de trabalho adequados para as
pessoas produzirem melhor. O barulho excessivo, por exemplo,
é prejudicial. Por isso, é fundamental o ambiente
de trabalho ter nível de ruído “normal”. A
iluminação adequada é importante para
o bom desempenho dos recursos humanos.
No lado material, o objetivo
é reduzir desperdícios. Melhor ainda, é
eliminá-los. De que forma? Em casa, os alimentos,
por exemplo, podem ser reaproveitados, em vez de se lançar
as sobras ao lixo. Nas cidades, o tratamento das redes de
esgoto resultará em mais saúde pública.
Nas fábricas, tratar resíduos, reduzir a emissão
de gases, não usar ribeirões e rios para dejetos
industriais, estancará a poluição.
O Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG)
está atento à questão ambiental. Para
se obter equilíbrio, o caminho passa pela educação.
A melhoria da qualidade dos produtos para consumo e serviço
a serem prestados exige consciência sobre as ações
e seus aspectos econômicos, a valorização
das características regionais e culturais. Esse é
um desafio do processo educativo.
Promover a consciência
de preservação e conservação
do meio ambiente é um dos programas prioritários
do Sebrae-MG. Por isso, o Sebrae-MG apoia as pequenas e
microempresas de setores tecnologicamente dinâmicos,
visando o aumento da qualidade e produtividade de seus produtos,
processos e serviços.
Vale a pena conhecer o Sebrae-MG
O Sebrae-MG tem como objetivo
básico proporcionar o desenvolvimento das micro e
pequenas empresas comerciais, industriais, agropecuárias
e de serviços. É gerenciado e financiado pela
iniciativa privada desde 1991 e não tem fins lucrativos.
Suas atividades básicas são: treinamento,
consultoria, informações e promoção
de negócios.
Com as orientações
do Sebrae-MG, as pequenas e microempresas adquirem conhecimentos
para sua modernização gerencial, assimilam
novas técnicas de produção, reduzem
custos operacionais, ampliam mercados, melhoram a qualidade
e aumentam a produtividade.
Sociedade civil autônoma,
o Sebrae-MG é filiado ao Sebrae Nacional, que é
organizado sob a forma de um sistema composto por uma unidade
central coordenadora e unidades em todos os estados do país,
incluindo o Distrito Federal.
O Sebrae-MG tem a constante
preocupação de incrementar seu próprio
nível tecnológico de apoio para ser um perfeito
instrumento no processo de implantação, desenvolvimento
e consolidação das micro e pequenas empresas
de Minas Gerais.
Cursos, consultoria e informações
estão à disposição dos empresários
na sede do Sebrae-MG, em Belo Horizonte, ou nos Escritórios
Sebrae-MG, instalados em oito cidades mineiras. O Balcão
do Empresário conta com vários postos no Estado,
atendendo às consultas dos donos e dirigentes da
micro e pequenas empresas.
SEBRAE-MG
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
de Minas Gerais
Rua Cláudio Manoel, 639 – CEP 30140
Belo Horizonte/MG – Fone: (31) 201-7733 – Telefax: (31)
1486 – Fax: (31) 222-9325
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