Sementes
revestidas de pesticidas podem matar aves
Mudar
status de sementes revestidas pode salvar vida selvagem
no nos EUA
31/03/2023 – Dados
de instituições conservacionistas americanas
indicam que pesticidas são responsáveis pela
morte de pelo menos 100 milhões de aves todos os
anos, somente nos Estados Unidos. Produtos químicos
usados em propriedades rurais se espalham e contaminam a
água, o solo e atingem diretamente as penas e a pele
das aves. Em muitos casos as aves acabam ingerindo estes
pesticidas por meio de sementes revestidas e uma brecha
na legislação federal potencializa esta prática.
Claro que as aves não
são as únicas vítimas dos pesticidas
conhecidos como neonicotinóides. Milhões de
quilos desta substância são usados em sementes
de culturas que acabam sendo consumidas por aves e outros
animais silvestres. A interpretação da lei
faz com que não seja feita uma supervisão
regulatória por parte da EPA (Agência de Proteção
Ambiental) dos EUA, colocando em risco a vida selvagem,
mas também a saúde humana.
Em 2017 uma petição
solicitava que as sementes revestidas com pesticidas tivesse
o mesmo procedimento que outras aplicações
químicas, mas a EPA manteve sua decisão de
mantê-las na classificação de ‘artigos
tratados’. Essa determinação mantém
isenção das sementes revestidas sobre a Lei
Federal de Inseticidas, Fungicidas e Rodenticidas, que regulamenta
desde rótulos até fundos para vítimas
de envenenamento por pesticidas.
Foram cinco anos até
que a EPA respondesse a petição que foi apresentada
por um conjunto de organizações como American
Bird Conservancy, Pesticide Action Network of North America,
Center for Food Safety e Honey Producers Association. E
a resposta só veio depois de uma ação
judicial de 2021.
Segundo a American Bird
Conservancy, uma única semente revestida com neônicos
é capaz de matar uma ave canora. A maior parte dos
pesticidas das sementes vai parar no solo matando também
abelhas e contaminando o lençol freático.
De acordo com os ambientalistas, depois do contato com o
solo e a água, o pesticida mata insetos e invertebrados
aquáticos, reduzindo a oferta de alimentos das aves.
As andorinhas, por exemplo, tiveram uma queda na sua população
em 40% nas últimas cinco décadas, por conta
da redução na oferta de insetos.
Os conservacionistas afirmam
que uma mudança na lacuna de interpretação
da lei seria suficiente para mudar o cenário de perda
na vida selvagem e assim cumprir a Lei de Espécies
Ameaçadas, entre outras regulamentações
associadas.
Para reforçar a necessidade
da legislação, estudos com sementes de soja
e milho revestidas mostram que o aumento na produção
é irrisório, além dos inúmeros
casos de contaminação em várias partes
dos EUA. Desde 1970 perdemos cerca de três bilhões
de aves na América do Norte e precisamos urgente
interromper esse declínio da biodiversidade.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay