Pesquisadores
calculam impacto da extinção de aves
Perda
da biodiversidade precisa ser interrompida imediatamente
26/04/2023 – Muitos
pesquisadores afirmam que o planeta enfrenta uma nova era
de extinção, mas desta vez por conta da ação
direta do homem. Um novo estudo publicado na revista Functional
Ecology indica que espécies de aves estão
enfrentando situações extremas que podem levá-las
ao risco de extinção ou a uma vulnerabilidade
crescente.
A nova pesquisa, que foi
realizada por cientistas da Imperial College London, no
Reino Unido, revelou que as espécies mais raras são
as mais ameaçadas e um conjunto de fatores têm
influenciado nesta situação perigosa para
a biodiversidade, como a destruição de habitats
e as mudanças climáticas.
Segundos os pesquisadores,
as espécies têm importante papel nos ecossistemas,
seja na polinização, dispersão de sementes
entre outros serviços. Ao verificar o risco de extinção,
a morfologia parece ter relação significativa,
como bico e comprimento das asas.
Em simulações
de cenários, os pesquisadores indicam que todas as
espécies com status de ameaça e quase ameaça
foram extintas e afirmam que houve redução
significativa naquelas com diversidade morfológica,
em relação a outras extinções.
Espécies de aves com características únicas,
endêmicas ou que migram para localidades específicas
sofrem mais. É o caso por exemplo, do rabiforcado-de-natal
(Fregata andrewsi) e do maçarico-comum (Numenius
tahitiensis).
“Nosso estudo mostra
que as extinções provavelmente eliminarão
uma grande proporção de espécies únicas
da árvore aviária. Perder essas espécies
únicas significará uma perda dos papéis
especializados que desempenham nos ecossistemas. (…)
Se não tomarmos medidas para proteger espécies
ameaçadas e evitar extinções, o funcionamento
dos ecossistemas será dramaticamente interrompido”,
disse Jarome Ali, pesquisador da Universidade de Princeton,
nos EUA, e um dos autores do estudo, em comunicado.
Analisando dados coletados
e disponíveis em museus, os pesquisadores avaliaram
9.943 amostras, onde mediram o tamanho dos bicos, asas,
caudas e pernas. Depois compararam os resultados com as
informações de espécies ameaçadas
da Lista Vermelha da União Internacional para Conservação
da Natureza (IUCN).
Apesar de registrar as espécies
mais raras como mais suscetíveis a extinções,
os pesquisadores não conseguiram determinar os motivos
pelos quais estas aves são mais propensas à
extinção. “Uma possibilidade é
que os organismos altamente especializados são menos
capazes de se adaptar a um ambiente em mudança, caso
em que os impactos humanos podem ameaçar diretamente
as espécies com os papéis ecológicos
mais incomuns. Mais pesquisas são necessárias
para aprofundar a conexão entre características
e risco de extinção”, conclui Jarome
Ali, em comunicado.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay