Perdizes-da-areia
absorvem água pelas penas
Pesquisa
revela que espécie é capaz de absorver água
e isso pode ajudar na tecnologia
23/06/2023 – Pesquisa
realizada pela Universidade Johns Hopkins, em Maryland e
pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados
Unidos revelou que uma espécie incomum, o perdiz-da-areia
de Numaqua possui penas na barriga que são capazes
de absorver a água ao invés de manter a umidade
fora. Os resultados do estudo podem ajudar a compreender
como as aves conseguiram desenvolver essa habilidade e como
isso pode auxiliar no desenvolvimento de materiais que possam
absorver água em condições extremas.
Características de
armazenar água nas penas já haviam sido observadas
pelo ornitólogo conservacionista britânico
Edmund Meade-Waldo, em 1896 em galos silvestres que pareciam
transportar água nas penas da barriga para seus filhotes
no ninho. Contudo, a tese de Meade-Waldo não prosperou
entre seus pares. Nas décadas seguintes, outros observadores
indicavam comportamento parecido, mas somente em 1967 a
tese ganhou força.
Pesquisadores da Universidade
de Cornell descobriram que perdiz-da-areia machos, que vivem
no sudoeste da África, podiam reter nas suas penas
da barriga cerca de 15% de seu peso corporal em água.
Segundos os cientistas, essas aves nidificam em áreas
a 30 km de fontes de água. Os biólogos da
Cornell estimaram que um perdiz-da-areia macho pode reter
mais da metade da água absorvida por suas penas.
Na época do estudo
não havia tecnologia suficiente para comprovar como
as aves eram capazes de absorver a água, apesar de
algumas teses desenvolvidas pelos pesquisadores. Mas na
nova pesquisa, as penas da barriga do perdiz-da-areia foram
submetidas a análises em microscópio eletrônico
de varredura e equipamento de tomografia computadorizada.
Entre as observações,
os pesquisadores verificaram a estrutura diferente das penas,
o que já havia sido indicado por cientistas há
muitos anos. A anatomia diferenciada proporciona a capacidade
incomum do perdiz-da-areia quando submerso na água
e segundo os pesquisadores, a mudança na forma da
bárbula reversível é o “pulo
do gato” nesta adaptação. O estudo foi
publicado no Journal of the Royal Society Interface.
Referências: 1. J.
Mueller e LJ Gibson, “Estrutura e mecânica das
penas de retenção de água de Namaqua
sandgrouse ( Pterocles namaqua ),” JR Soc., Interface.
20 (2023).
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da
Redação, com informações de
agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay