Poluição luminosa pode reduzir a sobrevivência
de algumas espécies de aves
Pesquisa mostra que luz artificial reduz vida de espécies
urbanas
09/11/2023 – Uma nova
pesquisa mostra a relação entre luzes artificiais
e a queda no índice de sobrevivências de espécies
de aves comuns em áreas urbanas e quintais em Washington
DC. Já era sabido que a iluminação
artificial é um perigo constante e fatal para aves
migratórias, por conta da desorientação
e das colisões com edificações.
A pesquisa avaliou dados
coletados por pesquisadores e cientistas-cidadãos
durante 20 anos e registrou uma queda na sobrevivência
para as espécies: gato-cinzento e carriça-doméstica,
por causa da poluição luminosa. Entretanto,
os pesquisadores verificaram que a sobrevivência do
robin-americano aumentou com a luz artificial. Salientam
que o estudo pode indicar caminhos para conservação
de aves urbanas que costumam viver em quintais.
O estudo foi focado em espécies
generalistas que vivem em áreas metropolitanas e
pode servir como ferramenta de sensibilização
socioambiental para ajudar aves que vivem em quintais e
próximas às casas, em função
da poluição luminosa. A pesquisa foi realizada
na North Carolina State University, por meio do programa
de Pesca, Vida Selvagem e Biologia da Conservação.
Os dados usados do estudo
foram fornecidos pelo Neighborhood Nestwatch Program, administrado
pelo Smithsonian Migratory Bird Center, entre os anos de
2000 e 2020. Usando redes de captura de aves em 242 pontos,
sobretudo, em quintais de áreas urbanas e também
rurais da região metropolitana de Washington DC.
Os espécimes foram marcados com pulseiras coloridas
de identificação. Depois os cientistas-cidadãos
buscaram as aves marcadas em seus bairros ao longo do ano.
Segundos os pesquisadores,
o estudo concentrou-se em sete espécies de aves canoras,
todas comuns na região da pesquisa: tordo-americano,
chapim-da-carolina, carriça-da-carolina, gato-cinzento,
carriça-doméstica, cardeal-do-norte e pardal-cantor.
Para chegar aos resultados, os cientistas comparam os dados
de campo da ciência cidadã com mapas da poluição
sonora, poluição luminosa e áreas pavimentadas.
Contudo, não encontraram relações da
sobrevivência das espécies com a poluição
sonora. Por outro lado, a poluição luminosa
foi determinante na sobrevivência do gato-cinzento,
da carriça-doméstica e do robin-americano.
Os cientistas explicam que
o robin-americano começá a cantar cada vez
mais cedo em áreas com poluição luminosa,
ampliando o tempo que a espécie dispensará
para encontrar parceiros e forragear. Apesar de o estudo
ter focado em espécies que vivem Washington DC, o
gato-cinzento e a carriça-da-carolina podem migra
às vezes para regiões mais ao sul dos Estados
Unidos, mas não chegam à América Central
ou do Sul, portanto não são considerados migrantes
de longas distâncias.
Os pesquisadores salientam
que aves que migram podem ser mais afetadas com a poluição
luminosa. A pesquisa foi financiada pela Alongside Wildlife
Foundation e a North Carolina Wildlife Federation.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay