Presidente
da Pick-upau recebe prêmio de “Melhores Relatos
de Práticas de Gestão”
Profa.
Dra. Heloisa Candia Hollnagel é premiada no ENGEMA
25 anos
11/12/2023 – A presidente
da Agência Ambiental Pick-upau, Profa. Dra. Heloisa
Candia Hollnagel e outros docentes da EPPEN receberam o
prêmio de “Melhores Relatos de Práticas
de Gestão” no 25º ENGEMA.
Os docentes da EPPEN Heloisa Candia Hollnagel (Depto de
Ciências Contábeis) e Luiz Jurandir Simões
de Araújo (Depto de Ciências Atuariais) ganharam
o prêmio de Melhores Relatos de Práticas de
Gestão, com o artigo “A new model for fostering
SGD 12 in Brazil: Active Recycling Agent - AAR can intensify
the circular economy and boost Waste collector's income”
no 25º ENGEMA (de 29/nov a 1/dez/23).
O 25º ENGEMA (Encontro Internacional sobre Gestão
Empresarial e Meio Ambiente da FEA/USP), (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade
de São Paulo) com o apoio da FIA (Fundação
Instituto de Administração), é um evento
acadêmico anual que contribui para o intercâmbio
e a discussão da produção científico-tecnológica
desenvolvida na temática da Gestão da Sustentabilidade
Ecológica e Socioeconômica, envolvendo contribuições
do Brasil e do Exterior.
Esse ano o tema foi “Inovação para
uma sociedade mais sustentável, justa e inclusiva”.
No artigo articula-se a Teoria da Governança em Rede
para buscar ampliar a efetividade da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS/2010) aos AAR (Agentes
ativos de reciclagem*). Um AAR (conceito defendido no artigo
em oposição ao termo catador) são agentes
com potencial econômico transformador que podem gerar
valor econômico (renda e oportunidades) e sustentabilidade
pra si e para a sociedade.
O artigo elaborado em inglês despertou interesse
de pesquisadores internacionais para sua ampliação
de escopo. Segundo os autores, esse foi o primeiro artigo
de uma linha de pesquisa de projetos que visa propor e testar
formas de geração de renda e sustentabilidade
nas periferias brasileiras.
A seguir, uma sinopse.
Introdução
A eliminação de resíduos sólidos
urbanos (RSU) é uma questão importante no
século XXI. O Brasil produziu 11% mais resíduos
em uma década. A urbanização e a economia
brasileira não conseguiram absorver e reter uma grande
parcela da população no mercado de trabalho
formal e temos hoje 38,1 milhões de trabalhadores
informais. Os trabalhadores não qualificados sofrem
mais desemprego e outras dificuldades sociais. A coleta
de lixo e os produtos descartáveis ajudam alguns
brasileiros a subsistir. A Teoria de Redes de Governança
- GNT pode abordar as complexidades, interdependências
e dinâmicas de resolução de problemas
públicos como os RSU em São Paulo.
Contexto
O cerne deste estudo é uma das experiências
do autor na utilização de catadores de lixo
como Agentes Ativos de Reciclagem (AAR) atuando no processo
de reforma de sua casa em bairros periféricos do
município de São Paulo no mesmo local onde
existe um Ecoponto, posto de entrega voluntária.
A discussão será centrada na Política
Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, no Objetivo
de Desenvolvimento Sustentável 12, na Teoria da Rede
de Governança e na necessidade de um sistema completo
de reciclagem. Apoia uma Rede de Governança de Resíduos,
criando um diálogo entre a sociedade, as AAR e o
setor público.
Diagnóstico
O presente estudo (pesquisa qualitativa) busca aprimorar
os desafios da PNRS ao redefinir o conceito, utilizando
a designação ‘Agente Ativo de Reciclagem’
em vez de Resíduos. É crucial impulsionar
ações do setor público que visem melhorar
as condições de trabalho destes profissionais,
que são recursos humanos fundamentais para a gestão
da sustentabilidade e para o cumprimento da PNRS, minimizando
os riscos para a saúde e reduzindo as perdas de RSU
úteis. Além disso, o trabalho da AAR poderia
ser economicamente viável e ecologicamente eficiente
se alguns novos arranjos fossem montados.
Intervenção Proposta
O Agente Ativo de Reciclagem poderia ser um melhor prestador
de serviços ambientais à sociedade. A economia
circular é um pilar da PNRS, e a utilização
de RSU pode reduzir a extração de recursos
naturais renováveis e não renováveis
da natureza, reduzir a poluição, poupar água
e energia, prolongar a vida útil dos aterros sanitários
e contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Este estudo mostra que a construção de redes
comunitárias considerando a AAR como o ator principal
numa “economia circular regional” poderia ser
de benefício mútuo, reduzindo o custo das
renovações das casas e das empresas e aumentando
o seu rendimento mensal.
Resultados principais
A participação ativa foi o principal método
aplicado neste estudo, essencial para a construção
de uma compreensão coletiva da práxis dos
catadores no seu cotidiano. Os quatro AARs diretamente envolvidos
são homens de 35 a 55 anos de idade com ensino primário
incompleto. Embora contribuam para questões ambientais,
os acordos de Governança de Rede podem superar limitações
como: i) baixa remuneração dos coletores,
ii) infraestrutura instável, ii) infraestrutura instável
para coleta e triagem, iii) escopo limitado para coleta
seletiva, e iv) uma incompletude do Programa Social de Reciclagem.
Sistema (RSS).
Contribuições Sociais e Tecnológicas
Uma análise da sua relevância para a PNRS e
a relevância dos Ecopontos e ARR numa rede comunitária
de RSU. Após esta experiência, este estudo
apresenta uma capacitação para aumento da
renda mensal alcançada por quatro AARs. O Agente
Ativo de Reciclagem é prestador de serviços
ambientais à sociedade porque, com essa atividade,
reduz a extração de recursos naturais renováveis
e não renováveis da natureza, reduz a poluição
do solo, da água e do ar, economiza água e
energia, amplia a vida útil vida útil dos
aterros, reduz os resíduos e contribui para o desenvolvimento
sustentável (como o SGD 12).
Da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp
Foto: Reprodução/ENGEMA