Aves
urbanas carregam bactérias resistentes a antibióticos,
aponta estudo internacional
Pesquisadores
alertam para a necessidade de políticas públicas
e medidas de saúde para conter a disseminação
de resistência antimicrobiana
04/11/2024 – Aves
silvestres que habitam áreas urbanas estão
se tornando reservatórios de bactérias resistentes
a antibióticos, de acordo com um estudo conduzido
pelo Instituto Ineos Oxford para Pesquisa Antimicrobiana,
da Universidade de Oxford. Publicado no periódico
Current Biology, o estudo revela uma preocupante conexão
entre a vida urbana e a proliferação de resistência
antimicrobiana (AMR).
A pesquisa analisou 700
amostras de bactérias coletadas de 30 espécies
de pássaros selvagens em oito países, incluindo
Canadá, Finlândia, Itália e Japão.
O foco foi na bactéria Campylobacter jejuni, um patógeno
comum em pássaros que também é uma
das principais causas de gastroenterite em humanos. Normalmente,
cada espécie de ave abrigaria uma única cepa
de C. jejuni, específica para aquela espécie.
No entanto, o estudo encontrou uma diversidade significativamente
maior de cepas em aves que vivem em áreas urbanas,
em comparação com aquelas em ambientes mais
isolados. Além disso, as bactérias presentes
nos pássaros urbanos contêm até três
vezes mais genes associados à resistência a
antimicrobianos.
A resistência antimicrobiana é amplamente atribuída
ao uso excessivo de medicamentos como antibióticos,
tanto em humanos quanto em animais de criação.
Este fenômeno preocupa os pesquisadores, pois as aves
selvagens têm a capacidade de transportar essas bactérias
por longas distâncias, potencialmente transmitindo
a resistência a animais de criação e
até mesmo a humanos.
O estudo alerta para a necessidade
urgente de que formuladores de políticas públicas
e serviços de saúde considerem as diversas
formas pelas quais essas bactérias resistentes podem
se espalhar fora dos ambientes hospitalares. A exposição
de animais urbanos a fontes de contaminação,
como rios poluídos e aterros sanitários, contribui
para a disseminação dessas bactérias.
À medida que a urbanização avança
e as populações humanas crescem, o contato
entre humanos e animais selvagens aumenta, exacerbando o
problema.
Os pesquisadores destacam que é essencial uma ação
global coordenada que aborde a conservação
da vida selvagem, a saúde pública e a agricultura,
visando limitar os impactos de longo alcance da resistência
antimicrobiana. A integração dessas áreas
será crucial para mitigar os riscos e proteger tanto
a saúde humana quanto a dos animais.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay