O Greenpeace protestou hoje, nos
Estados Unidos, contra o comércio ilegal de madeira.
Vestidos de animais das florestas, ativistas da organização
e grupos locais de estudantes (1) invadiram a loja da
Ethan Allen, em Raleigh, EUA, permanecendo sentados
em uma mesa de mogno. Enquanto isso, outros ativistas
estenderam uma faixa no telhado da loja, com a mensagem:
“Ethan Allen, pare de destruir as florestas”. Os ativistas
deixaram o local com a chegada da polícia, mas
afirmaram que vão continuar protestando contra
a empresa até que ela pare de comprar madeira
proveniente de fonte predatória e destrutiva.
O objetivo do protesto é chamar a atenção
para o fato de que a Ethan Allen incentiva a destruição
das florestas ao continuar comprando mogno extraído
de forma ilegal de florestas da Amazônia e da
África.
“Os consumidores têm o direito de saber que, ao
comprar mogno extraído de forma destrutiva, estão
contribuindo com a destruição dos remanescentes
florestais do planeta”, disse Rebeca Lerer, da campanha
da Amazônia do Greenpeace.
Depois de três anos de investigações,
o Greenpeace divulgou, em outubro de 2001, o relatório
Parceiros no Crime, que revela a existência de
uma “máfia do mogno” e suas relações
com o comércio internacional de madeira. O estudo
identificou dezenas de companhias norte- americanas,
incluindo a Ethan Allen, que compram madeira da Amazônia
de exportadores conhecidos por seu envolvimento com
o comércio ilegal. Antes do relatório,
o Greenpeace enviou uma carta à empresa, que
negou a compra de mogno ilegal.
O relatório do Greenpeace levou o Governo Brasileiro
a suspender a exploração, transporte,
comércio e exportação de mogno.
Além disso, o Ministério Público
também pediu, em fevereiro, a prisão preventiva
de 11 suspeitos de estarem envolvidos com a Máfia
do Mogno.
De acordo com dados do governo brasileiro, aproximadamente
80% da madeira extraída na Amazônia Brasileira
têm origem ilegal. Setenta por cento do mogno
brasileiro é exportado e as companhias norte-americanas
respondem por 70% das exportações.
“O comércio ilegal de madeira é um crime
e ambientalistas têm sido assassinados por tentarem
proteger as florestas antigas do planeta”, completou
Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia
do Greenpeace. Estima-se que 80% dos remanescentes florestais
do mundo já foram destruídos.
(1) Os ativistas de grupos estudantis que participaram
do protesto de hoje são do Peace College Sierra
Student Coalition, NC State Campus Greens, UNC SEAC,
e Raleigh Campuses in Action.