O CONSEMA - Conselho Estadual
do Meio Ambiente apreciou na terça-feira
(13/8) o relatório "Diagnóstico
e Novas Formas de Gerenciamento Ambiental para a
Região de Paulínia". O documento,
ainda em elaboração, sistematiza dados
de qualidade ambiental e características
do meio físico, para fundamentar um modelo
de gestão para a região.
O relatório foi elaborado pela Comissão
Especial de Avaliação Ambiental do
CONSEMA, que levantou dados disponíveis em
instituições como a CETESB - Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental, Embrapa e
outros, para desenvolver uma metodologia de trabalho,
com base no pólo industrial de Paulínia.
O município foi escolhido por causa de suas
características físicas que se aproximam
das normalmente encontradas no Estado de São
Paulo, contrapondo-se, por exemplo, a Cubatão,
que tem um grande parque industrial mas com características
físicas diferenciadas.
Utilizando cartas digitais, inventários do
Instituto Florestal e imagens de satélite,
foi elaborada a "Carta de Uso e Ocupação
da Região de Paulínia", com destaques
para áreas de uso agrícola; de uso
urbano; remanescentes de mata nativa; e uso e ocupação
no perímetro interno das indústrias.
O estudo aponta a real capacidade de suporte do
meio para a instalação ou ampliação
de novas indústrias na região.
De acordo com o diagnóstico, verificou-se
que, potencialmente, as indústrias contribuiriam
com 84% da carga poluidora orgânica da Bacia
do Rio Camanducaia, formada por nove municípios
da região, ficando os restantes 16% como
contribuição do esgoto doméstico.
No entanto, a contribuição efetiva
das indústrias é de 39%, em função
do controle efetuado, ficando os lançamentos
domésticos, que não passam por nenhum
tratamento, com 61%.
Quanto à qualidade do ar, poluentes como
o dióxido de enxofre (SO2), monóxido
de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio
(NO2) apresentaram concentrações sempre
abaixo dos padrões legais, em todos os períodos
de medição. Foram constatados níveis
elevados de partículas totais em suspensão
e de fumaça, com algumas ultrapassagens de
padrão.
As partículas inaláveis apresentaram
um quadro um pouco mais grave, sendo que, entre
julho de 1999 e novembro de 2000, foram registrados
10 valores acima do padrão. No entanto, o
ozônio é o poluente que mais preocupações
levanta, já que costumeiramente são
observados valores acima dos padrões legais,
tendo-se já registrado 284 microgramas/m3,
quando o nível de atenção,
para esse poluente, tem como valor de referência
200 microgramas/m3.