sido
amplamente utilizados para apresentação
de planos de manejo junto ao Ibama.
A Madenorte possui 51 declarações
do Iterpa em nome de terceiros, num total
de 118.041 hectares, nos municípios
de Porto de Moz e Prainha. A Madenorte alega
arrendar estas terras dos 51 indivíduos,
mas pelo menos uma delas – Marcelo Câmara
Cardoso – é funcionário da empresa.
As declarações do Iterpa não
permitem nenhum tipo de negociação
da terra. Para o Greenpeace, a Madenorte está
tentando se apropriar de terras do estado
que são habitadas há gerações
por comunidades tradicionais.
O Grupo Madenorte é um dos atores mais
importantes que atuam na área proposta
pelas comunidades de Porto de Moz e Prainha
para a criação das reservas
extrativistas. O grupo é controlado
por José Severino Filho, e inclui Madenorte
S/A Laminados e Compensados, Norte Madeiras
Importação e Exportação
Ltda, e a Marajó Island Business Ltda.
Eles produzem madeira serrada e madeira compensada,
das quais 90% são destinadas à
exportação principalmente para
os EUA (55%), Europa (30%) e Ásia (10%).
Durante a viagem a Porto de Moz, o Greenpeace
tem ouvido inúmeras denúncias
sobre a milícia armada que a Madenorte
mantém para proteger as terras das
quais ela tenta se apropriar. Comunitários
relatam também que a empresa chegou
na região há aproximadamente
seis anos prometendo gerar empregos, construir
escolas e melhorar a qualidade de vida da
população. Porém, o time
do Greenpeace observou o temor que as pessoas
têm em se aproximar das áreas
invadidas pela Madenorte.
“O primeiro passo para acabar com a invasão
sistemática das terras ocupadas pelas
populações ribeirinhas seria
o controle da questão fundiária.
Já que até hoje o governo não
assumiu sua responsabilidade de controlar
a situação, as comunidades ribeirinhas
decidiram lutar por seu futuro”, disse Nilo
D’Avila, da campanha da Amazônia, do
Greenpeace. “Desde abril de 2000, elas lutam
pela criação de uma reserva
extrativista (2) na área, que recebeu
o nome de Verde para Sempre”.
A área da reserva proposta pelas comunidades
de Porto de Moz tem aproximadamente 1,3 milhão
de hectares e vai abrigar cerca de 15 mil
pessoas. |