massiva
proveniente dos países desenvolvidos do Norte. A contaminação
do milho mexicano é vista como um exemplo alarmante sobre
o que ocorre quando os países em desenvolvimento são
forçados a liberalizar e abrir seus mercados para os
produtos subsidiados do Norte.
“Em Cancún, os EUA estão defendendo a exportação
de produtos como o milho a preços 30% mais baixos que
os custos de produção, apesar das crescentes exigências
dos países em desenvolvimento para pôr fim à
prática”, afirmou Marcelo Furtado, chefe da delegação
do Greenpeace em Cancún. “Ao mesmo tempo, o governo americano
defende interesses de gigantes do agribusiness como a Monsanto,
utilizando a OMC como arma política para atacar as restrições
aos transgênicos em todo o mundo”.
“Como o México, o Brasil está sujeito à
pressão da Monsanto e dos países exportadores
de produtos transgênicos. A estratégia de contaminação
com o cultivo ilegal da soja transgênica no sul do país
é preocupante. Demonstra que o governo brasileiro deve
adotar o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança com
urgência para se proteger dessa pressão comercial”,
disse Mariana Paoli, coordenadora da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace Brasil.
A primeira vez que o Greenpeace registrou a contaminação
do milho mexicano por OGMs foi em 1999, fato que levou o governo
do México a proibir a entrada do produto contaminado
por transgênicos no país. O México é
o principal centro da diversidade genética do milho no
mundo. As variedades do produto, desenvolvidas durante séculos
por agricultores nativos, representam uma das mais valiosas
reservas de material genético de plantas do planeta,
o que representa o fundamento para uma segurança alimentar
global.
Em agosto, o Greenpeace interceptou um carregamento de trem
de milho dos EUA enquanto entrava no México. A exigência
da entidade era de que o governo mexicano se comprometesse a
fazer uma avaliação da extensão e magnitude
da contaminação do milho com OGMs no país,
e declarasse o fim da importação do produto. |