O psicólogo Marcelo
Estraviz, diretor da Fundação
do Desenvolvimento Administrativo - FUNDAP
e sócio-fundador da Associação
Brasileira de Captadores de Recursos -
ABCR, explicou o quanto é importante
definir com clareza a missão da
organização. "Com um
foco bem definido é possível
aglutinar pessoas com os mesmos interesses.
Não adianta sair atirando para
todos os lados. Nos Estados Unidos, quando
uma organização não
atrai um número significativo de
aliados, num determinado período,
fica estabelecido que aquela causa não
interessa à sociedade e a organização
deixa de existir", ressaltou.
Estraviz informou que no Brasil as ONGs
- Organizações Não-Governamentais,
ainda buscam um único patrocinador
que dê um grande volume de verba
para a causa, pois acreditam que efetuar
parceria com pessoas comuns tem pouco
retorno. Não percebem, no entanto,
que é assim que vão conseguindo
aglutinar as pessoas.
Na Europa a captação de
recursos é feita por meio da busca
de parceiros, sócios-contribuintes
e voluntários, aliando esforços
com outros que lutam pela mesma causa.
"A pirâmide de recursos deve
ter em seu topo os grandes doadores e
em sua base os apoiadores que sustentam
a causa”, afirmou Straviz.
A advogada Elisa Rodrigues Larroudé,
professora da disciplina Organizações
Não-Governamentais no curso de
Relações Internacionais
da UNI-FMU, abordou o tema "Ética
e Captação de Recursos"
desenvolvendo cinco tópicos: interesses
em jogo, fontes polêmicas, remuneração
por comissionamento, código de
ética e padrões da prática
e, por último, captação
internacional.
A distribuição dos recursos
captados, segundo Larroudé, contrapõe
diferentes interesses entre a organização,
que representa interesses coletivos, o
profissional que captou o recurso e quer
ter o seu trabalho remunerado, os doadores,
os beneficiários, ou seja, o público-alvo
que dificilmente tem voz nas tomadas de
decisões, e o governo e a sociedade
que esperam que o trabalho seja feito
de forma lícita, atendendo o interesse
público.
"A contraposição de
interesses gera conflitos, mas um tem
de prevalecer e, por isso, é importante
usar como documento norteador o Código
de Ética da ABCR. O documento foi
inspirado em códigos de outros
países e, no momento, estamos participando
das discussões para a criação
de um Código Universal sobre o
tema", adiantou Larroudé.
O código pode ser obtido na integra
no site www.abcr.com.br/cetica.htm .
"A realização de eventos
especiais é uma excelente forma
de captação de recursos",
afirmou Camila Cheibub Figueiredo, logo
no início de sua apresentação.
Graduada em Administração
Pública pela Fundação
Getúlio Vargas e com experiência
na área de captação
de recursos para o Museu de Arte de São
Paulo - MASP e Museu de Arte de Nova York
- MOMA, Figueiredo apresentou várias
dicas de como realizar um evento perfeito,
ou quase, pois segundo ela "os imprevistos
sempre ocorrem".
Dentre os tópicos que foram detalhados
encontram-se itens como objetivos, público-alvo,
tamanho e tipo do evento, orçamento
e planilha, estratégias de realização,
divulgação e estratégia
de vendas.
O conteúdo das palestras está
disponível no site www.ambiente.sp.gov.br,
na página Educação
Ambiental.