05/12/2005 - As macroalgas
marinhas, também conhecidas como sargaço,
encontradas em larga escala na natureza, vão
poder ser usadas, em breve, como ração
na dieta alimentar do camarão criado
em cativeiro. Estudo do biólogo Robson
Liberal, da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), comprovou que o vegetal tem nutrientes
necessários à alimentação
do crustáceo com quantidade satisfatória
de proteínas, carboidratos, lipídios,
vitaminas e sais minerais.
O pesquisador afirmou que
outra vantagem da alga é a viabilidade
econômica para pequenos produtores.
Ele destacou, porém, que é preciso
aprofundar a pesquisa do ponto de vista bioquímico
e biológico, para analisar o comportamento
desses ingredientes no desenvolvimento de
organismos aquáticos. "Dessa forma
será possível produzir espécies
através da algocultura em ambientes
marinhos".
As algas, que poluem as
praias exalando odores desagradáveis,
têm a vantagem, como ração,
de ser de fácil digestibilidade e provocar
pequena excreção. Com a alimentação
usada tradicionalmente, a quantidade de dejetos
jogados no meio ambiente é grande,
principalmente nitrogênio e fósforo.
Segundo Robson Liberal, essas substâncias
auxiliam na propagação de microrganismos
oportunistas e podem causar desequilíbrio
na cadeia alimentar, já que reduzem
a quantidade de oxigênio na água
e provocam mortandade das espécies.
A descoberta representa
uma alternativa importante para o Nordeste
uma vez que a região concentra 98%
da produção de camarão
do país. As rações utilizadas
atualmente pelos carcinicultores (criadores
de camarão) são responsáveis
por 70% dos custos de produção.