26/01/2006
– Um convênio da Secretaria Estadual
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
do Rio com o Ministério da Integração
Nacional poderá recuperar o sistema
de canais de drenagem e irrigação
da Baixada Campista, no norte fluminense.
Boa parte dos recursos hídricos da
bacia se concentra nesses canais, e a bacia
tem ainda importância para o estado
por ter potencial de irrigação
na produção de açúcar
e de álcool.
De acordo com a Associação
de Produtores Rurais do município de
Campos, mais de um quarto das áreas
irrigadas, em 200 mil hectares de toda a bacia,
estaria inundada.
O secretário de Meio
Ambiente do Rio, Luiz Paulo Conde, disse que
as chuvas que atingem a região desde
o final do ano passado agravaram o "péssimo
estado" dos canais. "O abandono
dos canais e compotas com a extinção
do Departamento de Obras e Saneamento, há
mais de dez anos, faz com que não haja
manutenções. E as chuvas contribuíram
para os alagamentos".
De acordo com ele, as obras
emergenciais nos canais de irrigação,
como as de dragagem, começarão
mês que vem, e os primeiros resultados
poderão ser vistos em três meses.
Ele informou que será feito um plano
de reestruturação dos canais,
em parceria com o Ministério da Integração
Nacional, para evitar novas inundações.
A previsão é que as obras sejam
concluídas em quatro anos.
O presidente da Associação
de Produtores Rurais de Campos, José
do Amaral, disse que os agricultores vêm
sofrendo perdas de produtividade há
seis anos, que chegariam a 50%. Segundo ele,
os mais prejudicados são de cana-de-açúcar,
já que a região é a maior
produtora desse cultivo no Rio e responde
por 5% da produção nacional.
Cerca de 10 mil produtores de cana, leite,
carne e frutas sofreriam os efeitos das inundações.
O convênio para a
recuperação dos canais prevê
um investimento inicial de cerca R$ 2 milhões,
sendo R$ 1,6 milhão do Ministério
da Integração Nacional e R$
400 mil do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
Segundo o secretário de Infra-estrutura
Hídrica do ministério, Hipérides
Macedo, serão necessários mais
de R$ 30 milhões para a conclusão
das obras. O valor deve ser liberado à
medida que projetos de recuperação
forem elaborados.