06/02/2006 - Brasil apresentará
no Fórum Mundial das Águas,
de 16 a 22 de março, no México,
uma estratégia comum para gestão
da água entre os países da América
Latina e do Caribe. A informação
é do secretário de Recursos
Hídricos do Ministério do Meio
Ambiente, João Bosco Senra. Segundo
ele, o texto foi aprovado na última
reunião de ministros de meio ambiente
destes países, em novembro passado,
na Venezuela.
O principal objetivo da iniciativa é
o desenvolvimento de ações comuns,
a médio e longo prazos, para resolver
os problemas que os governos identifiquem
como prioritários na gestão
dos recursos hídricos. Senra destaca
que a diversidade dos países não
permite generalizações simplificadoras,
mas acrescenta que algumas questões
são de interesse de todos.
Entre elas, o aumento da cobertura de água
potável e saneamento, investimento
em tratamento de resíduos domésticos,
industriais e agropecuários e ainda
a introdução de produções
mais limpas.
Outros objetivos da estratégia são
buscar a conciliação das políticas
nacionais, propor padrões mínimos
de qualidade da água na região,
fortalecer os mecanismos de troca de informações
e articular a gestão da água
com outras políticas públicas,
como as de combate à pobreza, educação
e saúde.
Há um entendimento de que os países
da América Latina e Caribe estão
iniciando - mesmo que em níveis diferentes
- um novo ciclo de crescimento econômico,
com aumento da geração de empregos,
das exportações e do consumo
interno. Essa tendência poderá
provocar alterações ambientais
nas áreas urbanas e rurais e no uso
dos recursos naturais destas nações.
"Preparar a região para que esta
nova fase de crescimento não se traduza
em degradação é um dos
desafios que temos que enfrentar", ressalta
o secretário.
O Brasil chega ao México como o primeiro
país da América Latina a preparar
e aprovar um plano nacional de gestão
de recursos hídricos. O documento será
apresentado no encontro, bem como as experiências
bem sucedidas de gestão de águas,
a exemplo das bacias do Paraíba do
Sul, São Francisco e Piracicaba, Capivari
e Jundiaí e o banco de águas
do sistema Cantareira, que abastece São
Paulo.
"É uma oportunidade para o Brasil
mostrar ao mundo os avanços alcançados
na área de recursos hídricos
afirma o diretor da Agência Nacional
de Águas e vice-presidente do Conselho
Mundial da Água, Benedito Braga. Ele
informa que o fórum vai discutir, ainda,
as metas para a área de saneamento
aprovadas pelos países que participaram
da Conferência de Joanesburgo em 2002.