09/02/2006
– Em 2005, o desmatamento no estado do Mato
Grosso caiu cerca de 41%, superando a média
de 31% verificada nos nove estados que compõem
a Amazônia Legal. O dado do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi
divulgado hoje (9) pela ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, em entrevista coletiva concedida
às emissoras de rádio da Radiobrás
(Nacional da Amazônia, Nacional AM de
Brasília e Nacional do Rio de Janeiro).
Segundo a ministra, Pará
e Rondônia também conseguiram
reduzir significativamente os índices
de desmatamento: as quedas foram de cerca
de 28% no Pará e de 18% em Rondônia.
Para a ministra, apesar do resultado positivo,
esses estados ainda têm altas taxas
de desmatamento. "O grande esforço
que nós vamos fazer é que esse
desmatamento possa continuar caindo, porque
boa parte do desmatamento que temos ali é
desmatamento ilegal", disse.
A implementação
do Plano de Ação para Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal foi discutida ontem (8) em reunião
coordenada pela ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff. O plano é desenvolvido
em conjunto por 13 ministérios. Segundo
Marina Silva foram analisados os resultados
obtidos até agora em cada estado da
Amazônia Legal. Um levantamento do Inpe
divulgado em dezembro do ano passado já
apontava a redução de 31% no
índice de devastação
na região entre agosto de 2004 e julho
de 2005.
De acordo com a ministra,
um dos motivos de preocupação
é que, devido à intensificação
das ações de fiscalização,
as frentes de desmatamento acabam migrando
de um município para outro. Em conseqüência
disso, enquanto as taxas de desmatamento caem
num determinado município, crescem
em outros.
"No Pará, há
municípios que tiveram queda significativa:
no cômputo geral caiu 28%. Mas em alguns
municípios específicos como
São Félix do Xingu, tivemos
aumento de desmatamento, de sorte que não
podemos baixar a guarda", exemplificou
Marina Silva. "Onde nós conseguimos
intensificar a fiscalização,
teve queda de desmatamento e as frentes se
mudaram para áreas mais remotas, em
que não tinha ainda essa pressão.
De sorte nós temos que manter a fiscalização
onde caiu e ampliar para municípios
que abriram novas frentes", reforçou.
Segundo a ministra, o combate
ao desmatamento na Amazônia dispõe
de cerca de R$ 400 milhões, até
2007. "Esses recursos estão distribuídos
nos 13 ministérios que fazem parte
do plano", explicou. De acordo com ela,
na reunião de ontem ficou acertado
que cada ministério deveria intensificar
as ações da sua responsabilidade.