06/02/2006 – Cerca
de 700 jovens reunidos na Assembléia
Continental do Povo Guarani, no município
de São Gabriel (RS), discutem um calendário
de mobilizações para cobrar
do governo federal mais atenção
nas áreas de educação
e trabalho. Segundo a representante do Movimento
dos Trabalhadores Desempregados Cláudia
Teixeira Camatti, 17 anos, as atividades devem
ter início em maio.
"A idéia é
que a gente continue se reunindo nas nossas
cidades, nas nossas regiões, durante
fevereiro e março, preparando uma jornada
de lutas estadual, ou quem sabe nacional,
que deve começar em maio ou no meio
do ano".
Para ela, a dificuldade
de acesso ao ensino gratuito e de qualidade
e a falta de oportunidades de trabalho são
os dois principais problemas enfrentados atualmente
por grande parte dos jovens brasileiros.
"A gente está
conclamando toda juventude brasileira a se
organizar, vir para a rua com os movimentos
sociais e lutar por melhores condições
de vida. A gente sabe que o Brasil é
muito rico e que a juventude tem condições
de ter uma vida muito melhor", disse
Cláudia, integrante da Consulta Popular,
organização que reúne
militantes de vários movimentos sociais.
A Assembléia Continental
do Povo Guarani começou na sexta-feira
(3) e termina amanhã (7). O evento
foi organizado para lembrar os 250 anos da
morte do líder indígena Sepé
Tiaraju e o massacre de 1,5 mil guaranis que
lutaram contra a dominação espanhola
e portuguesa na região.
Na avaliação
de Cláudia Teixeira, ao longo dos anos,
um processo de exclusão colocou índios,
negros e brancos em situação
semelhante. "O povo que está nas
periferias, que está no campo e não
tem acesso a condições de produzir,
os indígenas que não têm
a sua terra para morar, todos constituem uma
classe que, apesar das diferenças culturais,
têm em comum a questão da exclusão.
É isso que nos une e aí é
que está a semelhança entre
a nossa luta", destaca.