02/02/2006
- Em solenidade realizada nesta quinta-feira,
dia 2, no gabinete da Prefeitura, Lins passou
a ser o 28° município brasileiro
a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia
do Greenpeace. O prefeito Waldemar Casadei
(PMDB), a representante do Greenpeace, Adriana
Imparato, o presidente da ONG local SOS Rio
Dourado, Enaldo Montanha, e o representante
da Fundação Paulista de Tecnologia
e Educação, Djalma Cardoso,
assinaram o termo Compromisso pelo Futuro
da Floresta. O objetivo do programa é
fazer com que as prefeituras brasileiras implementem
leis para evitar o consumo de madeira amazônica
proveniente de desmatamentos e extração
ilegal nas licitações.
“Lins é a primeira
cidade do oeste paulista que toma medidas
concretas para promover o desenvolvimento
sustentável da Amazônia. Esperamos
que outros municípios da região
sigam o mesmo caminho”, comemora Adriana,
coordenadora da campanha Cidade Amiga da Amazônia.
“Ao adotar critérios para a compra
de madeira nas licitações promovidas
pela prefeitura, Lins está ajudando
a fechar o mercado para quem trabalha com
madeira de origem criminosa”.
“Diante dos crimes que vêm
sendo cometidos na Amazônia, transformar
Lins numa Cidade Amiga da Amazônia é
o mínimo que podemos fazer. É
nossa obrigação”, afirmou o
prefeito Casadei durante a assinatura do compromisso.
“Além de assinar esse protocolo, nos
comprometemos também a levar o programa
Cidade Amiga da Amazônia ao conhecimento
dos 120 municípios participantes dos
três comitês de bacias da região”,
completou.
A indústria madeireira
é uma das principais forças
de destruição da Amazônia.
Cerca de 64% da madeira produzida na região
é consumida pelo mercado brasileiro.
As prefeituras consomem grandes volumes em
obras públicas e mobiliário.
No dia 05 de dezembro do ano passado, o governo
divulgou que 18,9 mil quilômetros quadrados
foram completamente devastados no período
entre agosto de 2004 e agosto de 2005, uma
redução de 30% em relação
ao período anterior, mas número
que ainda se mantém em um patamar inaceitável.
Ao aderirem ao programa
do Greenpeace, as prefeituras contribuem de
maneira concreta para reduzir a destruição
criminosa da floresta. Para tornar-se uma
“Cidade Amiga da Amazônia”, as administrações
devem formular leis municipais que exijam
quatro critérios básicos em
qualquer compra ou contratação
de serviço que utilize madeira produzida
na Amazônia: proibir o consumo de mogno,
uma espécie ameaçada; exigir,
como parte dos processos de licitação,
provas da origem legal e em Planos de Manejo
Florestal da madeira; dar preferência
à madeira certificada pelo FSC, um
sistema que garante a origem sustentável
do produto florestal; e orientar construtores
e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis
utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto
e andaimes por alternativas reutilizáveis
como ferro ou chapas de madeira resinada.
Outros 27 municípios
já participam do programa do Greenpeace,
entre eles São Paulo (SP), Manaus (AM),
e as cidades paulistas de Piracicaba, Santos,
Guarulhos, Osasco, Americana, Campinas e as
gaúchas de São Leopoldo, Santa
Maria e Rio Grande, entre outras.