08/02/2006 - O Ministério
do Meio Ambiente lança nesta sexta-feira
(10), em Brasília, às 9h, o
Projeto GEF Mangue, de cooperação
técnica com o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O objetivo
do projeto, coordenado pela Secretaria de
Biodiversidade e Florestas do MMA, é
fortalecer o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC) em sua
capacidade de promover a efetiva conservação
e uso sustentável de ecossistemas manguezais
no Brasil. Os recursos previstos para a execução
do projeto são de US$ 15 milhões.
Desse total, US$ 5 milhões virão
de doação do GEF (Fundo para
o Meio Ambiente Mundial), e US$ 10 milhões
de contrapartida brasileira.
O projeto visa o fortalecimento institucional
e a gestão efetiva para a conservação
e uso sustentável da biodiversidade
de manguezais em áreas protegidas no
Brasil. Os recursos serão investidos
em capacitação multisetorial,
beneficiando comunidades de pescadores, gestores
e usuários dos recursos de manguezais.
Ainda será trabalhada, por meio de
projetos-piloto em determinadas regiões,
a gestão efetiva e integrada de unidades
de conservação em áreas
de manguezais, prevista no SNUC.
Os manguezais são considerados ecossistemas-chave
devido a sua riqueza em recursos naturais
e aos serviços ambientais que oferecem.
A brigam uma grande diversidade e abundância
de plantas, artrópodos, moluscos, peixes,
aves e microorganismos, totalizando cerca
de 800 espécies. O Brasil possui extensas
áreas de manguezais ao longo de sua
região costeira, da foz do Rio Oiapoque,
no estado do Amapá, até as divisas
de Laguna, no estado de Santa Catarina. Cobrem
de 10 mil a 25 mil km2, o que representa de
6 a 15% dos manguezais no mundo.
Protegidos de corte pelo Código Florestal,
os manguezais são reconhecidos como
Áreas de Preservação
Permanente (APP). Entretanto, esses ecossistemas
encontram-se ameaçados devido a inúmeros
fatores. A carcinicultura desordenada e ilegal,
a expansão de áreas urbanas,
turismo e pesca predatórios, poluição
por petróleo e esgoto e corte de madeira
de árvores de mangue têm resultado
na crescente destruição dos
manguezais. Os desequilíbrios ecológicos
causados por essas atividades afetam a biodiversidade
e comprometem os meios de vida das populações
tradicionais que dependem desses recursos
para sua subsistência.