07/02/2006
– "Concordamos com a população
ianomâmi, o dinheiro não é
liberado com rapidez, mas estamos discutindo
com a Casa Civil para que entre em contato
com o Tesouro e mude a instrução
normativa", afirmou o presidente da Fundação
Nacional de Saúde, Paulo Lustosa.
A Funasa foi alvo de críticas
dos Ianomâmi, porque mudou, há
dois anos, a forma de aplicação
dos recursos no sistema de assistência
indígena. Desde 2004 o repasse de verbas
para comprar medicamentos, equipamentos e
combustível para a realização
das ações, que era repassado
diretamente para organizações
não governamentais (ONGs), universidades,
governo municipal e estadual, passou a ser
comandado pela Fundação.
O presidente da Funasa,
Paulo Lustosa, afirmou que a liberação
de dinheiro para saúde indígena
às vezes atrasa porque tem de ser feita
a prestação de contas ao Tribunal
de Contas da União (TCU). "Temos
de simplificar o procedimento de avaliação
da prestação de contas das comunidades
e das ongs que atendem as comunidades indígenas",
afirmou Lustosa.
Um levantamento feito pela
ONG Comissão Pró-Yanomami mostra
que os casos de malária registrados
em 2005 na terra indígena ianomâmi,
que fica nas regiões de Roraima e Amazonas,
passaram de 622 para 1645, registrando aumento
de 164% em relação a 2004.
Lustosa confirmou os dados,
mas disse que o importante, apesar do aumento
da malária, é que "o número
de mortes por causa da doença diminuiu".
Segundo ele, houve tratamento adequado e,
por isso, significativa redução
da morte pela doença, duas durante
o ano de 2005. Em 1987, 1.600 índios
morreram com malária na mesma região.
Para combater a doença
entre os índios ianomâmis, a
Funasa implantou o sistema de vigilância
de alimentação e nutrição.
O sistema vai fazer o acompanhamento do peso
e das condições nutricionais
em todas as crianças dessa comunidade
indígena.