05/02/2006
– O projeto de lei que institui o dia 7 de
fevereiro como Dia Nacional de Luta dos Povos
Indígenas pode ser aprovado em março
pelo Senado. A expectativa é do autor
da proposta, senador Paulo Paim (PT–RS). A
data marca a morte do líder indígena
Sepé Tiaraju, que lutou contra a dominação
espanhola e portuguesa no Rio Grande do Sul.
Cerca de mil lideranças
indígenas do povo guarani - vindas
de oito estados, da Argentina, do Uruguai
e do Paraguai - estão reunidas até
terça-feira (7) no município
de São Gabriel (RS), localizado a 320
quilômetros de Porto Alegre. Desde ontem
(3), participam da Assembléia Continental
do Povo Guarani, organizada para lembrar os
250 anos da morte do líder indígena
Sepé Tiaraju
Em homenagem ao índio
guarani, o Senado aprovou em janeiro voto
de louvor, também iniciativa do senador
Paim. O voto será apresentado na Assembléia
Continental do Povo Guarani, que reúne
cerca de mil lideranças indígenas
de oito estados, da Argentina, do Uruguai
e do Paraguai até terça-feira
(7) no município de São Gabriel
(RS), localizado a 320 quilômetros de
Porto Alegre.
"Sepé enfrentou
os invasores, coordenou as lideranças
indígenas e se tornou mais do que uma
lenda, um herói nacional. Entendemos
que a história de Sepé Tiaraju
deve ser contada e recontada para brancos,
negros e índios", disse Paim à
Agência Brasil.
O senador informou ainda
sobre outro projeto de lei que prevê
a inclusão do líder na lista
dos heróis da pátria. "Sepé
Tiaraju está para os povos indígenas,
mais ou menos, como Zumbi para os negros".
Sepé (José)
Tiaraju (facho de luz) nasceu na comunidade
jesuíta de São Luiz Gonzaga,
localizada no Rio Grande do Sul, por volta
de 1723. Essa missão com mais outras
seis formavam os Sete Povos das Missões,
que viviam sob domínio espanhol.
Em 10000, a Espanha assinou
o Tratado de Madri em que trocou as sete missões
pela Colônia do Sacramento dos portugueses.
O tratado obrigou os guaranis e missionários
das missões a viver na outra margem
do rio Uruguai. Sepé Tiajaru liderou
a resistência de seis anos ao acordo
dos espanhóis e portugueses. Ele contou
com o apoio do corregedor da missão
de Santa Maria, Nicolau Nenguiru.
O líder indígena
foi morto no dia 7 de fevereiro de 1756, na
região chamada de Batovi, atual município
de São Gabriel. De acordo com relatos
históricos, ele teria sido morto por
um golpe de lança de um português
e um tiro de um espanhol. Nos três dias
seguintes, 1,5 mil índios guarani foram
massacrados por soldados dos dois países.
Com informações
do Conselho Indigenista Missionário
(Cimi)