20/02/2006
- A chuva que começou há dez
dias e já alagou 27 bairros da capital
do Acre pode ser outra demonstração
de desequilíbrio do meio ambiente mundial.
A análise é do coordenador do
Grupo de Estudos e Serviços Ambientais
da Universidade Federal do Acre (Acrebioclima),
Alejandro Duarte.
"Ainda precisamos estudar
mais para levantar as prováveis causas
dessa concentração", declarou
Alejandro. "Mas posso supor que está
ligada à seca anormal que aconteceu
no ano passado, ao desequilíbrio ambiental
do planeta".
Duarte explicou que "geralmente,
quando há uma grande enchente, chove
muito no mês anterior. Mas em janeiro
as chuvas no leste do Acre [região
onde fica a capital] foram entre baixas e
normais", revelou o pesquisador. "Na
média, elas ficaram em 330 milímetros
de precipitação. Em fevereiro,
estão em 220 milímetros".
Segundo Duarte, as chuvas
inesperadamente se concentraram na parte sudeste
do Acre, na região conhecida como Alto
da Bolívia, na fronteira com o país
vizinho. "É lá que nascem
o Rio Purus e o Rio Acre", informou.
Até o momento, 860
famílias estão alojadas no ginásio
municipal e em 33 escolas públicas
estaduais e municipais. Outras 921 foram deslocadas
para casas de parentes e amigos. Desde as
23 horas de ontem (19), o nível do
rio subiu mais 6 centímetros. Foram
atingidos 7,7 mil imóveis.
O Instituto Nacional de
Meteorologia prevê que a chuva possa
diminuir a partir de quarta-feira (22).