17/02/2006
- Um estudo desenvolvido pela Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab) mostra
que 74% dentre as 260 terras indígenas
analisadas na região têm área
desflorestada menor do que o esperado quando
comparado às áreas do entorno
das reservas.
O coordenador geral da entidade,
Jecinaldo Cabral, diz que buscar o desenvolvimento
garantindo a preservação é
um traço da herança indígena.
Ele cita como exemplo a agricultura de subsistência
praticada pelos índios que, ao contrário
da de grande porte, não é responsável
pelo desmatamento de grandes áreas.
Na avaliação
dele, um dos motivos que levam os projetos
de desenvolvimento na Amazônia a desmatar
a região é a ausência
de planejamento e diálogo com as populações
atingidas. "Queremos que haja essa participação
ativa, não só ouvindo as populações
indígenas, mas trabalhando um diagnóstico
e, a partir dele, uma proteção
nesses territórios", disse.
Cabral informou que os indígenas
pretendem apresentar à ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, o estudo Diagnóstico
das Terras Indígenas Ameaçadas
na Amazônia. Segundo ele, foi solicitada
uma audiência com a ministra. Eles querem,
ainda, levar os dados ao conhecimento da Fundação
Nacional do Índio (Funai), do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e empresas privadas que atuam na região.