22/02/2006
– Funcionários da Fundação
Nacional da Saúde (Funasa) e da Fundação
Nacional do Índio (Funai) estão
reunidos, de hoje a quinta-feira, para debater
ações integradas. Segundo o
presidente da Funasa, Paulo Lustosa, a idéia
é juntar o conhecimento das duas instituições
para melhorar a qualidade de vida dos indígenas.
"Esse é um encontro
histórico. Precisamos de um trabalho
integrado, complementar com a Funai que vai
nos ajudar a melhorar a sensibilidade, o conhecimento
da cultura indígena, das suas peculiaridades,
a forma de como abordar os problemas, de maneira
que nós tenhamos uma ação
da Funasa bem melhor que nós temos
hoje", disse Lustosa.
Para o presidente da Funai,
Mércio Pereira Gomes, a qualidade da
saúde indígena no país
ainda é precária, mas ele reconhece
que houve avanço. A mortalidade infantil,
por exemplo, diminuiu de 200 por mil nascidos
para 50 bebês em mil. "Embora haja
tanta dificuldade quanto a uma saúde
perfeita, há melhoras fundamentais
na saúde indígena brasileira.
Nos últimos 30 anos, os índios
começaram a crescer em média
de 3,5% a 4% ao ano. Temos uma mortalidade
infantil decrescente embora seja alta",
afirmou.
Como exemplo de melhorias,
o presidente da Funasa citou o aumento no
número de profissionais. De 5 mil passou
para 14 mil, entre agentes de saúde
e de saneamento ambiental, médicos
e enfermeiros. "Os dados que temos alcançado
são muito significativos. Aumento do
crescimento demográfico, mortalidade
caiu, tanto a infantil quanto a geral, a natalidade
se manteve presente. Alguns indicadores relacionados
à tuberculose e aids também
caíram", contou Lustosa.
Mércio Pereira Gomes
informou que esse primeiro encontro entre
as fundações deve resultar em
um documento ao presidente Lula que pede a
regulamentação das ações
conjuntas dos órgãos. "É
fundamental essa união. A saúde
indígena antes era da Funai, mas em
1999 passou para a Funasa. Houve desencontros
durante todos esses anos. Então, estamos
encontrando um modelo de nos unirmos e compartilharmos
os mesmos problemas e as nossas forças
para que a saúde indígena seja
bem desenvolvida", falou.