(10/03/06) - O Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) do Paraná
embargou mais uma lavoura de soja modificada
geneticamente ontem (9) em Santa Tereza do
Oeste, no Oeste do Estado, desta vez pertencente
à multinacional Syngenta Seeds Ltda.
Os técnicos identificaram no centro
de pesquisa da empresa um plantio de soja
transgênica de 12 hectares. A área
está a seis quilômetros da divisa
do Parque Nacional do Iguaçu. O local
também serve para o teste do milho
geneticamente modificado com o gene de tolerância
ao Glifosato. O embargo foi realizado com
base no artigo 11 da Lei 10.814/03, que prevê
a proibição do plantio de soja
modificada geneticamente em terras indígenas,
unidades de conservação e suas
respectivas zonas de amortecimento. No caso
do Parque Nacional do Iguaçu, é
necessário respeitar 10 quilômetros
da margem.A ação seguiu os moldes
da Operação Parque Livre, desencadeada
em 22 de fevereiro, onde 13 lavouras foram
embargadas, após comprovação
de que agricultores estariam plantando soja
transgênica.
Para o gerente executivo
do Ibama no Paraná, Marino Gonçalves,
a situação é nova, pois
se trata de uma área para experimentação
de organismos geneticamente modificados (OGM),não
se resumindo, tão somente às
sementes de soja. “Essa amplitude de variedades
de OGMs é mais preocupante e merecerá
do Ibama especial atenção”,
disse. Marino informou que igualmente aos
demais produtores que tiveram lavouras embargadas,
a Syngenta também está sujeita
à aplicação de multa
e pode responder por crime contra a Lei de
Biossegurança.O gerente informou esperar
em breve a visita do diretor Nacional de Proteção
do Ibama ao Paraná, Flavio Montiel,
para discutir a ampliação das
ações em todo o território
nacional, visando coibir o desrespeito à
legislação ambiental e de biossegurança.
Na quarta-feira (8) o Ibama
liberou para colheita as 13 lavouras embargadas
na Operação Parque Livre, sem
liberar a comercialização dos
grãos. A Cooperativa Industrial Lar
de Medianeira (PR), uma das responsáveis
pela distribuição das sementes
modificadas aos agricultores, comprometeu-se
em acondicionar toda a soja nos silos da empresa.
“A medida foi necessária em virtude
do amadurecimento dos grãos, aumentando
ainda mais a probabilidade das sementes se
propagarem no ambiente”, finalizou Marino
Gonçalves.