08/03/2006 - O Ministério
do Meio Ambiente e o Programa das Nações
Unidas (PNUD) entregam nesta sexta-feira (10)
o segundo lote de equipamentos para recolhimento
de CFCs (gás de geladeira) no estado
de São Paulo. Com as máquinas,
empresas de refrigeração poderão
coletar, armazenar e entregar os gases para
regeneração, não permitindo
que ocorram vazamentos durante reparos em
refrigeradores domésticos e industriais
e balcões refrigerados antigos. Depois
de recolhido, o CFC usado ou contaminado será
comprado das empresas de refrigeração
e enviado para regeneração.
O primeiro centro de regeneração
de gases está em operação
desde o inicio de 2005, em São Paulo.
O centro é operado por uma empresa
especializada, que será responsável
pela reciclagem e retorno ao mercado dos CFCs
antigos. A recuperação dos CFCs
antigos é necessária porque
a eliminação desses gases tem
custo muito elevado e não seria correto
obrigar a população a trocar
seus refrigeradores e outros equipamentos.
Até o final deste ano, uma nova central
de regeneração será instalada
no estado do Rio de Janeiro.
O repasse dos equipamentos, adquiridos com
recursos e apoio do Fundo das Nações
Unidas por meio do PNUD, será em regime
de comodato. A entrega será no hotel
NH Della Volpe - Rua Frei Caneca 1199, na
cidade de São Paulo, a partir das 14h30.
Na solenidade, haverá palestra do diretor
do Programa de Qualidade Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Ruy de Goés, apresentação
em vídeo sobre o manuseio do equipamento
e demonstrações de recolhimento
de gases em refrigeradores domésticos
e comerciais.
Os CFCs são formados por cloro, flúor
e carbono, e eram amplamente utilizados para
refrigeração até 1999,
quando o Brasil proibiu seu uso e fabricação.
Esses gases são prejudiciais à
Camada de Ozônio quando liberados no
meio ambiente.
Até 2007, o Ministério do Meio
Ambiente e o Senai, com recursos e apoio da
GTZ (Sociedade Alemã de Cooperação
Técnica), deverão capacitar
35 mil técnicos em todo o País.
Para o treinamento, que faz parte do Programa
Brasileiro de Eliminação da
Produção e Consumo das Substâncias
que Destroem a Camada de Ozônio, estão
sendo investidos US$ 3,7 milhões. Ao
todo, o programa conta com US$ 27 milhões
para eliminar os CFCs, de acordo com o Protocolo
de Montreal, do qual o Brasil é signatário.
Desde 2004 foram treinados 5.249 refrigeristas
para a correta operação dos
equipamentos, em São Paulo e no Rio
de Janeiro, cidades com grande consumo de
gases CFC. Os técnicos estão
capacitados para recolher e substituir o fluido
refrigerante dos equipamentos antigos sem
deixar que o gás escape.
Além de capacitar os refrigeristas
para o correto manuseio dos CFCs, o treinamento
contribui para a qualificação
da mão-de- obra, pois os técnicos
também são instruídos
sobre manutenção geral e preventiva
dos refrigeradores e uso correto de outros
equipamentos. Os técnicos interessados
no curso devem se inscrever em unidades do
Senai e também no Cadastro Técnico
Federal, que pode ser acessado pela página
do Ibama (www.ibama.gov.br).
A capacitação está ocorrendo,
por enquanto, apenas em São Paulo e
no Rio de Janeiro. Os critérios para
seleção de refrigeristas e repasse
de equipamentos estão detalhados nas
portarias 158/2004 e 159/2004 do Ministério
do Meio Ambiente.
Gases - Em frigoríficos, freezers,
geladeiras e frigobares antigos, o CFC é
usado para retirar o calor e liberá-lo
do lado de fora do congelador. O uso e a emissão
desse gás provocou a redução
na espessura da Camada de Ozônio em
algumas regiões, principalmente no
sul do Planeta. A camada protege a saúde
humana e os seres vivos dos efeitos nocivos
dos raios ultravioleta, funcionando como um
grande filtro.
A exposição excessiva à
radiação ultravioleta, que ganha
força com a degradação
da Camada de Ozônio, é a principal
responsável pelo câncer e pelo
envelhecimento precoce da pele. Em função
disso, desde 1987 esses gases vêm sendo
substituídos por outras substâncias,
como o HFC134A e HCFC22. No futuro, com a
eliminação total dos CFCs em
todos os países, o "buraco"
na camada deverá diminuir ou desaparecer.
Estima-se que ainda estão em uso mais
de 30 milhões de refrigeradores com
CFCs no Brasil. São aparelhos fabricados
até 1999, quando a produção
de equipamentos com esses gases foi proibida
no País.
A partir desta data, as indústrias
passaram a substituir os CFCs por substâncias
que não prejudicam a Camada de Ozônio.
Essa operação seguiu o determinado
em resoluções do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) e portarias do Ibama,
também de acordo com o que pede o Protocolo
de Montreal.
O Brasil aderiu ao Protocolo de Montreal em
11000 e, desde então, vem cumprindo
e inclusive antecipando as metas para eliminação
de substâncias prejudiciais à
camada de ozônio, conforme recomendado
pelo acordo global. Até o ano passado,
por exemplo, o País registrou uma eliminação
de 82,8% dos CFCs, 88% dos Halons (usados
em extintores de incêndios), 77,3% do
tetracloreto de carbono (usado pela indústria
química), 76,3% do brometo de metila
(utilizado principalmente no setor agrícola).
O programa brasileiro de eliminação
de CFCs tem contribuído, ainda, para
a modernização da indústria
nacional.
Empresas que queiram se candidatar a receber
as máquinas recolhedoras devem entrar
em contato com o PNUD, www.pnud.org.br/cfc
ou diretamente pelo e-mail recolhedoras@undp.org.br.