(06/03/06) - O Núcleo
de Fauna do Ibama no Rio Grande do Sul está
iniciando um amplo levantamento do plantel
de carnívoros ex-situ, em parceria
com o Centro Nacional de Pesquisas para a
Conservação de Predadores Naturais
- CENAP/Ibama, com sede em Atibaia/SP. Agora,
além do atendimento às ocorrêndias
de predação, executado por membros
da Rede Nacional de Atendimento à Predação
(RENAP), do CENAP. O centro e o Núcleo
de Fauna/RS estão investindo em qualificar
o manejo de carnívoros em cativeiro.
Para isso o CENAP enviou
microchips, material para coleta de sangue,
soro e anestésicos, para iniciar o
trabalho de marcação e coleta
de amostras biológicas. Os animais,
após a anestesia, passarão por
biometria, microchipagem e coleta de sangue,
para estudos de genética, análises
clínicas, determinação
de padrões bioquímicos, entre
vários outros estudos. O material também
ficará armazenado no banco genômico
gerenciado pelo centro, em Atibaia/SP, para
futuros projetos. Será dada prioridade
aos animais dos plantéis dos criadouros
conservacionistas, aproveitando o cronograma
de vistorias em andamento. Os carnívoros
que derem entrada no Núcleo de Fauna
serão marcados e microchipados antes
da destinação.
O Rio Grande do Sul é
campeão nacional de diversidade de
espécies de felinos, com 8 espécies:
gato-do-mato-grande, gato-do-mato-pequeno,
gato-maracajá, jaguarundi (ou gato-mourisco),
gato-palheiro, jaguatirica, puma e onça-pintada.
Os demais carnívoros não marinhos
com ocorrência no estado são
graxaim-do-mato, graxaim-do-campo, lobo-guará,
mão-pelada, quati, furão, irara,
zorrilho e lontra. Das 17 espécies,
12 estão ameaçadas de extinção,
em nível regional ou nacional. Para
viabilizar ações de conservação
direcionadas a esse grupo se torna fundamental
o trabalho em estreita parceria com o CENAP.
O trabalho terá início
na semana do dia 13 de março, com a
participação de uma bióloga
e de um médico veterinário,
devendo estender-se até o meio do ano.
Esta iniciativa vem em boa hora e será
fundamental para orientar pareamentos e permutas
entre criadouros, coletar informações
sobre as populações naturais,
instrumentando o CENAP com informações
da região sul do Brasil. Ainda dentro
das atividades em parceria com o centro, está
previsto para junho deste ano um curso de
atendimento às ocorrências de
predação, direcionado aos agentes
ambientais do SISNAMA.